Empresa lança dispositivo “anti-coronavírus” para bebedouros
Diretor da Beloar, Muriel Ornela, com o dispositivo ÁguaaLaser, popularmente chamado de "anti-coronavírus"

Empresa lança dispositivo “anti-coronavírus” para bebedouros

Desenvolvido com tecnologia nacional, aparelho permite a utilização de bebedouros sem a necessidade do contato físico; aparelhos foram enviados para testes em Ribeirão

*Matéria atualizada em 17 de março, às 14h00

Empresa mineira lança adaptador para bebedouros “anti-coronavírus”, com tecnologia que evita o contato físico no aparelho. O dispositivo, chamado ÁguaaLaser, é um adaptador que permite torneiras comuns serem acionadas sem toque. Dois equipamentos foram enviados para a Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto.

Desenvolvida pela empresa Baloar, de Belo Horizonte, a tecnologia vem sendo testada por instituições de ensino como a UnB, UFMG e USP-RP, além de empresas privadas. “Nosso produto pode ser adaptado para maioria dos bebedores, dos principais modelos, praticamente todos. No próprio bebedouro, você retira a torneira de contato e adapta a de sensor, sem necessidade de descartar o equipamento. Então, sai mais barato” disse Muriel Ornela, CEO da Beloar. 

De acordo com Ornela, desenvolvedor do dispositivo que vem sendo popularmente chamado de “anti-cononavírus”, a ideia surgiu antes mesmo da pandemia da Covid-19, já objetivando uma maior segurança sanitária. 

“Nós tínhamos uma demanda de um grande frigorífico por um produto que permitisse a retirada de água para consumo sem precisar encostar, porque havia ali uma possibilidade de contaminação cruzada entre os açougueiros e os animais. Inicialmente nós desenvolvemos um equipamento por pedal e em março, quando o vírus chegou aqui no Brasil, eu vi que era o momento de acelerar essa tecnologia sem toque” explicou o diretor, que é mestre em Administração pela UFMG. 

A invenção utiliza sensor infravermelho que detecta a mão do usuário próxima ao bebedouro e libera o líquido em copos e garrafas dispensando o contato com botões ou torneiras manuais. Diferente dos sensores tradicionais do mercado, o ÁguaaLaser não possui restrição de funcionamento como quando exposto ao sol, por exemplo. 

“Dos sensores que existem no mercado, nenhum pode ser trabalhado no sol. Eles acionam sozinhos ou sai água sem parar, todos os sensores que nós utilizamos de fábrica tinham esse defeito e nós desenvolvemos um sensor barato, e que nenhuma outra fabricante do mundo tem, é nosso maior case de sucesso e está sendo muito aceito pela sociedade, por instituições de ensino e grandes indústrias.” explicou Ornela.

“A gente acredita que essa tecnologia é o futuro. Algumas empresas podem até achar que não, as vezes até por questão de restrição orçamentária, mas nós estamos vendo que não é uma coisa passageira, pois os próprios consumidores começam a exigir dos ambientes que ele frequenta, das escolas, indústrias, instituições de ensino, eles começam a cobrar, então há uma pressão social pela segurança” completou o diretor da Beloar. 

Teste em Ribeirão Preto

Segundo a empresa, dois dispositivos foram doados para serem instalados na USP de Ribeirão Preto. Segundo o professor Paulo Nelson Filho, diretor da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (FORP) da USP, a empresa doou duas torneiras anticovid, mas até o momento as peças ainda não chegaram na Unidade.

Por meio de nota a USP Ribeirão informou, ainda, que as torneiras serão instaladas para avaliação,  e lembrou que a FORP não é uma instituição de testes de equipamentos. A avaliação cabe ao Inmetro, portanto, não poderá emitir posicionamentos ou laudos sobre as torneiras.

 


Foto: Herbeton Lopes

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