Não se passa pelo mesmo rio

Não se passa pelo mesmo rio

Que mundo teremos após a pandemia do novo coronavírus? Há alguns que dizem que a pandemia é pedagógica. Resta saber, se após essa situação que enfrentamos, seremos os mesmos. Nosso valores e princípios mudarão? Nos tornaremos pessoas melhores ou não? Enrijeceremos ou seremos tomados por compaixão e amor ao próximo? Os números de mortos divulgados têm rosto, tem famílias, tem histórias, tem nomes. Estamos fazendo uma autoavaliação ou apenas terceirizando responsabilidades?

O negacionismo é um movimento que tem crescido nos últimos tempos. Sem embasamento científico, tem ganhado aliados a cada dia (vide movimento antivacina https://www.revide.com.br/blog/karla-cristina-stropa-goulart/retrocesso-na-saude-movimento-antivacinas/). Por persuasão talvez? Não sei. Me desculpe, mas, não dá para ser otimista diante do cenário de pandemia que estamos vivendo. É alarmante e impactante acompanhar os dados de disseminação de uma doença nova (Covid-19) que mata de forma cruel – sem ar! Um caos como esses, coloca o Brasil em uma situação, infelizmente, de mau exemplo. Esse caos escancara as desigualdades sociais já tão frequentes e negligenciadas pela falta de políticas públicas em nosso tão sofrido país.

Um momento onde resultados científicos são tão esperados, há que se ressaltar que a ciência vem sendo castigada pela falta de investimentos com altos cortes financeiros, já não é de hoje.

É vergonhoso e constrangedor perante nossa sociedade e o mundo, a troca de ministros da saúde durante a pandemia – momento em que o principal Ministério deveria estar atuando com excelência. Há, no mínimo, alguma coisa errada nisso tudo.

A corrupção, não reside só em Brasília, ela mora perto de nós, dentro de nós. Uma vez que nos apropriamos de forma indevida de recursos públicos que não nos cabe, nos beneficiamos indevidamente de serviços e de tantas formas às escondidas...aquele jeitinho brasileiro que consideramos “espertalhão”. Bebemos de nossa iniquidade, falta de solidariedade e compaixão.

Os direitos de cada cidadão muitas vezes são distorcidos, na tentativa de favorecimento próprio, como o Direito à Saúde assegurado pela Constituição Federal – que vêm a ser reivindicado apenas contra o Estado – como se o Estado fosse responsável pela saúde integral de cada cidadão. Alguns estudos apontam, que uma das possíveis causas de morte por Covid-19 em jovens, é a obesidade. O primeiro a ser responsabilizado pela saúde não deve ser o Estado, mas, sim, somos nós mesmos. Não cuidamos da nossa alimentação, há sedentarismo e uso abusivo de álcool..etc. Estamos colhendo frutos de nossa negligência com os cuidados básicos com nossa saúde. Em uma guerra dessas, contra um inimigo invisível, nosso maior aliado é nosso sistema imunológico.

Após um caos, sempre há uma reorganização do sistema (leia ordem no caos), mas, nunca voltará ao estado anterior. Pode ser melhor ou não. Nossos direitos se unem aos nossos deveres.

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