O que você precisa saber sobre Free Guy se não é tão fã de games

O que você precisa saber sobre Free Guy se não é tão fã de games

O filme é repleto de referências e trocadilhos do mundo gamer

 

 

Free Guy: Assumindo o Controle é muito divertido para quem está acostumado com os termos usados pelos gamers e com as dinâmicas dos jogos online, sejam os multiplayer battle royale como Free Fire e Fortnite ou até os jogos que disponibilizam um “mundo todo” para o jogador, como GTA V Online e até mesmo Minecraft. Certo, vamos com calma. Se nada disso faz o menor sentido para você, aqui vão algumas dicas para se divertir assistindo Free Guy: Assumindo o Controle, novo filme estrelado por Ryan Reynolds (Deadpool).

Logo no título encontramos uma antiga expressão dos gamers americanos, usada nos anos 90, quando se jogava desde Pacman à Super Mario World. Especialmente nos Estados Unidos a expressão free guy ficou conhecida como “uma vida extra” ou “uma vida adicional”. Só com isso você tem uma boa ideia do que está acontecendo no filme, quando o personagem principal, o Guy, percebe que é um NPC e começa a desejar algo mais para sua vida, ou seja, uma outra vida.

Ah sim, NPC é non-playable character, personagem não-jogável. Os NPC’s são responsáveis por grande parte da imersão nos jogos, quanto mais “inteligentes” eles são, mais realista fica a experiência. E eles podem aparecer no jogo como um personagem importante para a história, como alguém que ajuda ou atrapalha a missão do jogador, como um vendedor, um informante ou, simplesmente, como alguém que está passando pela rua. No filme, Guy é um atendente de caixa no banco de Free City, a cidade que é cenário para o jogo. Para reafirmar a irrelevância do protagonista naquele cenário, talvez você já tenha percebido como o nome Guy é genérico, ele é só um “cara”.

O filme conta a história desse NPC que decide mudar de vida e percebe uma realidade totalmente diferente da sua ao colocar os óculos escuros, acessório que diferencia ele e seus amigos dos “caras legais”, que são os avatares dos jogadores. Ao colocar os óculos, Guy consegue visualizar todas as opções do jogo, como a identificação dos locais, vidas extras e o dinheiro do jogo. O filme ainda trata da relação entre as empresas de jogos e o sucesso das franquias, entre os jogadores e a vida que vivem nos games e também dos streamers, jogadores que transmitirem suas partidas e (normalmente) se destacam pela habilidade e conhecimento do jogo.

Além do já mencionado nome do protagonista, o filme é repleto de referências e trocadilhos em inglês, entre eles me chamou atenção o modo como o roteiro trouxe a palavra “skin”, que para os gamers é a aparência do personagem, mas para Guy, que acreditava que aquele mundo era o “mundo real”, a palavra “skin” foi tratada literalmente como pele, o que rendeu algumas piadinhas. Eu assisti ao filme legendado (quer saber o porquê eu prefiro filme legendados?) e acredito que esse trocadilho será um desafio para a equipe de dublagem.

Eu me diverti muito com o filme e confesso que não esperava que iria gostar tanto. Já na primeira cena eu senti uma forte referência a franquia Just Cause, especialmente porque estou jogando o quarto jogo atualmente, o que me conquistou logo no início do filme. E vejam só: para o jornal britânico The Guardian, a crítica de cinema Wendy Ide faz um paralelo de Free Guy: Assumindo o Controle com Matrix e Uma Aventura Lego enquanto o crítico Peter Bradshaw – também no The Guardian – repete Uma Aventura Lego e acrescenta O Show de Truman e A Origem. Só filmasso! Free Guy: Assumindo o Controle é uma boa escolha para retornar as salas de cinema.

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