Sol: uma estrela para reduzir suas despesas

Sol: uma estrela para reduzir suas despesas

Em meu livro sobre Orçamento Familiar, comento que as pessoas devem elaborar seu orçamento projetando receitas maiores que as despesas, pois, dessa forma, obterão lucro.

Isso mesmo, você não entendeu errado! Assim como as empresas, as pessoas também devem ter lucro, que deverá ser destinado à implantação de investimentos, os quais garantirão uma qualidade de vida melhor quando chegarem à terceira idade.

Como os investimentos somente serão possíveis se as pessoas obtiverem um superávit financeiro (receitas maiores que as despesas), torna-se necessário adotar estratégias visando aumentar as receitas e diminuir as despesas. Dentre as estratégias que podemos adotar para reduzir as despesas, nos últimos tempos, surgiu uma nova: utilizar o Sol, uma estrela que pode gerar, de forma gratuita e renovável, energia elétrica para nossas residências.

Um dos vilões do orçamento, principalmente para as famílias com renda mais baixa, é a conta de energia elétrica, pois, nos últimos tempos, ela não para de subir. Um dos motivos são as constantes crises hídricas, que geraram a criação de uma nova bandeira tarifária. De acordo com Felipe de Souza, em matéria para o UOL, o brasileiro está tendo que economizar energia para tentar salvar algum dinheiro no bolso.

Felipe comenta que, ao mesmo tempo em que o céu trouxe a má notícia da falta d'água, também proporciona a geração de energia solar, considerada limpa, ou seja, que não consome recursos naturais na sua produção. Antes de optar por essa estratégia, seguem alguns esclarecimentos:

Quem tem painel solar não recebe conta de energia? 
Não é bem assim. As concessionárias de energia elétrica trabalham com a tarifa mínima, que é um valor cobrado pela disponibilização da estrutura convencional. Portanto, a pessoa não deixará de pagar, mensalmente, a tarifa mínima. O valor pode variar, dependendo dos padrões de conexão e do perfil de consumo de uma residência.

Quanto custa a geração de energia solar?
Depende da capacidade de geração de energia do equipamento. Painéis que produzem mais custam mais caro, até R$ 1.000 cada um. Mas é importante lembrar que o painel sozinho não adianta de muita coisa. É necessário uma série de equipamentos para que a energia possa ser usada. 
A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) estima que, hoje, a conta de energia de uma família de quatro pessoas em uma casa de 100 metros quadrados seja de aproximadamente R$ 300,00. A pedido do UOL, o engenheiro elétrico Francis Polo, CEO da Polo Engenharia, de Araçatuba (SP), calculou quanto custaria a instalação dos painéis neste exemplo. Para que a família tenha energia suficiente, seriam necessários oito painéis solares de aproximadamente 2,1 metros de comprimento. O custo total, já incluindo mão de obra e todos os equipamentos, ficaria em torno de R$ 18 mil.

Quando vale a pena instalar painel solar?
A opção pela energia solar faz sentido quando a conta de luz fica acima de R$ 200,00 – hoje, um gasto médio de 190 kWh/mês. "As bandeiras tarifárias e o custo da produção de energia tradicional estão sobrecarregando o bolso do consumidor. Por isso, a gente tem uma situação em que passa a valer a pena o painel solar até mesmo em casas menores", afirma Rodolfo Meyer, CEO do Portal Solar.

Sistema funciona em dias nublados ou chuvosos?
Os especialistas garantem que há produção de energia quando o dia fica encoberto, mas em menor escala. A única exceção é à noite, quando não há nenhum tipo de luz solar. Segundo o especialista em energia solar Newton Koeke, nesses casos, a casa usa energia da rede convencional.

Em quanto tempo o investimento se paga?
De acordo com Fernanda Brigatti, simulações feitas pelo Portal Solar para a Folha mostram que o tempo de retorno, chamado no mercado pelo termo em inglês Pay Back, varia de quatro a sete anos. O investimento tende a valer mais a pena no curto prazo para quem gasta mais –quem gasta menos vai levar mais tempo para compensar a despesa com a instalação.

Tem desvantagem?
Na avaliação dos especialistas ouvidos pelo UOL, a principal desvantagem é o investimento inicial. Na prática, a imensa maioria das famílias não dispõem de R$ 18 mil, em média, para adquirir os equipamentos para a geração da energia solar. Porém, existem diversas opções de financiamento.

Segundo Julia Wiltgen, em matéria para o site Seu Dinheiro, existe uma forma de ter acesso aos equipamentos e à instalação para quem não tem dinheiro disponível para fazer o investimento à vista: financiar até 100% do valor. E, para algumas pessoas, o financiamento pode ser especialmente vantajoso. Isso porque, dependendo do perfil de crédito da pessoa e do valor da conta de energia, pode ser possível simplesmente substituir o valor da conta de energia pela parcela do financiamento.

Em outras palavras, comenta Wiltgen, o valor da parcela do financiamento pode ficar o mesmo que a pessoa já pagaria pela energia elétrica caso não adotasse a geração solar. Portanto, a despesa mensal continuará a mesma. Porém, após o término do financiamento, a pessoa passará a usufruir da economia de até 90% na sua conta de energia por todo o restante da vida útil dos equipamentos, que em geral varia de 25 a 30 anos. Por exemplo, caso o financiamento seja quitado em 5 anos, haverá uma despesa menor no orçamento entre 20 e 25 anos.

Caso esteja interessado em utilizar o Sol como uma estrela em seu orçamento familiar, sugiro que faça algumas cotações. Como há diversas empresas atuando nesse mercado, ficará surpreso com as diferenças de preço que encontrará. Obviamente, a decisão não deve ser tomada levando-se em conta somente o preço, visto que se deve avaliar o custo versus benefício que cada empresa oferece.
 

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