À frente da Agrishow

À frente da Agrishow

Tendo pela frente desafios como mudanças climáticas, digitalização do campo e novas exigências do mercado global, Agrishow chega com João Marchesan à 30ª edição

Já tradicional no calendário de eventos ribeirão-pretano, a maior feira de Tecnologia Agrícola da América Latina - Agrishow, chega à 30ª edição, marcada para 28 de abril a 2 de maio, tendo como presidente um de seus fundadores, João Carlos Marchesan. Ele também integra o Conselho de Administração da Marchesan Agro Industrial e Pastoril, uma das quatro empresas – ao lado de Baldan, Jacto, Jumil – responsáveis pela continuidade da Agrishow após o prejuízo da segunda edição, em 1995. Também é vice-presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

 

Presente na história da Agrishow desde a sua concepção, Marchesan pode ser considerado, portanto, um dos responsáveis por ela alcançar o marco histórico de três décadas. Na entrevista a seguir, o empresário conta um pouco sobre as novidades desta edição e faz apontamentos importantes sobre o futuro do Agronegócio. Acompanhe:

 

Qual a importância de estar à frente da 30ª edição da Agrishow?

A chegada à 30ª edição da Agrishow é um marco histórico e motivo de grande orgulho. Ao longo de todos esses anos, a feira acompanhou a evolução do agronegócio brasileiro, impulsionando inovação, conectividade e crescimento para um dos setores mais dinâmicos da economia. Essa trajetória reforça nosso compromisso em continuar promovendo um agronegócio cada vez mais rentável, tecnológico e sustentável, sempre com muita atenção às transformações do mercado nacional e internacional e, claro, às necessidades do produtor, que é o principal responsável pelos bons resultados que temos registrado ano a ano no setor.

 

Qual a expectativa dos organizadores para esta edição?

Nossa expectativa é receber cerca de 195 mil pessoas, do Brasil e de mais de 50 países de todo o mundo. A Agrishow é a principal feira de tecnologia para o agronegócio da América Latina e uma das maiores e mais completas do mundo, oferecendo tudo o que o produtor rural necessita para o seu negócio. Por isso, é a principal vitrine de lançamentos e palco das tendências e tecnologias do agronegócio, que são responsáveis pelo expressivo aumento de produtividade alcançado pelo campo.

 

O volume de negócios e de expositores da feira deste ano será maior?

Em 2024, registramos R$ 13,6 bilhões em intenções de negócios, um crescimento de 2,4% em relação ao ano anterior. Para 2025, nós acreditamos que essa curva será ascendente. Já temos confirmada a presença de mais de 800 marcas líderes nos mercados nacional e mundial, que atuam em diferentes segmentos do agronegócio.

 

A demonstração do uso da IA (Inteligência Artificial) nas máquinas será a tônica desta edição, acompanhando as mudanças que ocorrem no mundo?

Para nós, a inteligência artificial é um dos caminhos para um futuro promissor do agronegócio e já é uma realidade no setor. Nós vemos esses recursos como grandes aliados na captura e armazenamento de dados, na padronização de análises e em outras atividades que contribuem muito para a tomada de decisões no campo. Isso tem um reflexo muito positivo em maior produtividade e melhor qualidade dos produtos gerados pelo agronegócio. A IA é uma forte aliada e possui um grande potencial de agregar valor e acelerar o desenvolvimento não só do agronegócio, mas de todos os setores da economia.
 

E sobre a participação feminina na feira, há novidades?

Gostaria de acrescentar a importância da crescente participação feminina no agronegócio. Esse movimento fortalece e impulsiona a modernização e a competitividade do setor. Por isso, realizamos o Agrishow Pra Elas, um espaço para agricultoras, pecuaristas, pesquisadoras e empresárias do agronegócio trocarem experiências e acessarem conteúdos relevantes para o seu desenvolvimento profissional. A edição de 2025 do Agrishow Pra Elas promete trazer ainda mais conteúdos relevantes e oportunidades de networking para as participantes.

 

A feira do ano passado foi marcada por um acidente de helicóptero. Que providências foram tomadas para prevenir? O heliponto será mantido no mesmo local?

Neste ano, não haverá pousos e decolagens de aeronaves na área do evento. A decisão faz parte de uma reestruturação logística realizada pela organização, pensada para aprimorar ainda mais a experiência dos visitantes e expositores. Vale ressaltar que o heliponto sempre operou em conformidade com as normas dos órgãos responsáveis e com todas as orientações aos pilotos de aeronaves e demais colaboradores e usuários. Nós seguimos empenhados em proporcionar sempre um ambiente organizado e eficiente para a realização de negócios e a apresentação de novas tecnologias ao agro brasileiro. Os visitantes que farão uso de aeronaves como meio de transporte poderão utilizar o Aeródromo Santa Lydia, localizado na Rodovia Mario Donegá, km 4 - Ribeirão Preto (SP). Os serviços de transfer na área serão efetuados pela organização do evento.

 

O agronegócio brasileiro vive um momento de euforia com a estimativa de uma safra de 325 milhões de toneladas este ano. Isso pode impactar positivamente os negócios da feira?

Uma safra com projeção de recorde fortalece a confiança dos produtores e impulsiona investimentos em tecnologia e inovação, o que pode, sim, promover um impacto positivo nos negócios iniciados na feira. Vemos que a Agrishow é um espaço estratégico para apresentar soluções que aumentem a produtividade e a eficiência no campo.

 

Quais impactos a questão climática está provocando no setor? A tecnologia das máquinas pode ajudar a minimizar esses prejuízos?

As mudanças climáticas trazem desafios como secas prolongadas, chuvas intensas e variações de temperatura, que afetam a produtividade agrícola. Nós sabemos que a tecnologia tem papel estratégico na mitigação desses impactos, com máquinas mais precisas, sensores climáticos, irrigação eficiente e soluções para otimizar o uso de insumos.

 

Qual o impacto da alta dos juros na feira e no setor?

A oscilação dos juros sempre exige planejamento por parte dos produtores e das empresas, mas o agronegócio é um setor resiliente. A Agrishow se mantém como um espaço estratégico para negociações, onde expositores e visitantes avaliam diferentes alternativas e buscam as melhores condições para viabilizar investimentos em tecnologia e modernização tão necessários para impulsionar o crescimento do setor.

 

Em relação à política governamental, quais reivindicações o setor espera ver atendidas?

O setor acompanha de perto as discussões e mantém um diálogo contínuo com as autoridades, buscando sempre um ambiente favorável ao desenvolvimento. O agronegócio tem grande importância para a economia, e a prioridade está na construção de soluções que incentivem a inovação, a produtividade e a competitividade de forma sustentável.

 

Por que o tema “O Futuro do Agro de A a Z” para a Agrishow deste ano?

O tema deste ano reforça a importância de soluções que impulsionam a produtividade de forma sustentável, considerando desafios como mudanças climáticas, digitalização do campo e novas exigências do mercado global. A Agrishow reúne tecnologias, conhecimento e experiências que ajudam a moldar o futuro do setor, conectando produtores, empresas e especialistas em um ambiente propício para negócios e troca de informações estratégicas.

 

Compartilhar: