Justiça divulga primeiras informações de como hackers teriam invadido o celular de Moro
Parte dos ataques foi feita de apartamento na Ribeirania, em Ribeirão Preto

Justiça divulga primeiras informações de como hackers teriam invadido o celular de Moro

Investigados foram presos nessa terça-feira, 23, em Ribeirão Preto, Araraquara e São Paulo

O juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da  10 ª Vara do Distrito Federal, divulgou como se deu a prisão e as primeiras informações dos hackers que tiveram acesso às mensagens do celular de Sérgio Moro.

O aplicativo de mensagens Telegram, utilizado por Moro e pelo procurador Deltan Dalagnol permite que o usuário receba um código de acesso para a utilização do aplicativo em outros dispositivos. O código pode ser enviado por meio de uma ligação telefônica.

Com isso, os supostos hackers solicitaram o código de ativação ao Telegram, enquanto efetuavam diversas ligações com a finalidade de deixar o telefone de Moro ocupado. Segundo a Justiça, foram feitas cerca de 5 mil ligações pelo grupo para diversos números, incluindo o do ministro. 

Todas as chamadas eram de números idênticos ao de Moro. Para isso, foi utilizado o serviço de chamadas de voz VOIP, que permite a modificação do número do chamador e dificulta a identificação.

Desse modo, a mensagem de ativação do Telegram foi para a caixa postal do celular de Moro. O que a Justiça ainda não expôs foi como os supostos hackers tiveram acesso à caixa postal do ministro.

Onde e quem

A Justiça autorizou a quebra do sigilo bancário, telefônico, telemático, além da busca e apreensão dos envolvidos. Ao todo, quatro pessoas foram presas pela Polícia Federal, são elas: Walter Delgatti Neto, Danilo Cristiano Marques, Gustavo Henrique Elias Santos e a esposa, Suelen Priscila de Oliveira.

Um fato que chamou a atenção dos investigadores foram as movimentações financeiras do casal. Santos, que era conhecido em Araraquara como “Dj Guto Dubra” possuía renda mensal de aproximadamente R$ 2,8 mil. Porém, movimentou em sua conta, entre abril de 2018 e junho do mesmo ano, o montante de R$ 424 mil.

Já Suelen, movimentou o equivalente a R$ 203 mil, entre março e maio deste ano. A renda dela seria de R$ 2,1 mil, segundo revelou a quebra de sigilo bancário.

Foram vasculhados sete endereços. Um em Ribeirão Preto, na Avenida Leão XIII, no bairro Ribeirania, Zona Leste de Ribeirão Preto, endereço do qual partiu parte dos ataques. Também foram vistoriados cinco endereços em Araraquara e um em São Paulo.

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Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil

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