Apesar da regularização de imóveis, Zona Oeste ainda enfrenta problemas de infraestrutura
Prefeitura regularizou documentação de 1,2 mil imóveis na região, mas problemas de infraestrutura persistem

Apesar da regularização de imóveis, Zona Oeste ainda enfrenta problemas de infraestrutura

Demanda antiga da população, documentação de regularização fundiária foi entregue pela Prefeitura nesta quinta-feira, 13

A Prefeitura de Ribeirão Preto entregou, nesta quinta-feira, 13, o título de regularização fundiária para 1.520 famílias dos bairros Jardim Progresso e Jardim Monte Alegre, na Zona Oeste. Até então, algumas casas e as comunidades da região eram consideradas “irregulares” pelo poder público.

A entrega dos títulos foi feita na Cava do Boque pelo prefeito Duarte Nogueira e pelo secretário de Habitação do Estado de São Paulo, Flavio Amary, por meio do Programa Cidade Legal, responsável pela regularização. Foram 1.290 imóveis titulados no Jardim Progresso e 230 no Jardim Monte Alegre.

“Estamos aqui hoje dando um enorme passo para a nossa cidade, o orgulho e a autoestima de estarmos integrados regularmente na cidade em que nascemos ou escolhemos para viver.”, comemorou o prefeito Duarte Nogueira (PSDB). O Jardim Progresso e Jardim Monte Alegre são os dois primeiros núcleos habitacionais de interesse social a serem regularizados, com mais de 6 mil pessoas beneficiadas.

Outros 14 núcleos habitacionais foram incluídos no Programa de Regularização Fundiária na manhã desta quinta-feira, por meio de um novo Decreto assinado pelo prefeito Duarte Nogueira. São eles os núcleos Ambrósio Chaguri, Andorinhas, Andradas II, Campo do Maria da Graça, Campo do Terrão, Cidade dos Trabalhadores, Hermelindo del Rosso, Jardim Helena, Mangueiras, Manoel Antonio Dias, Reciclagem, Roquete Pinto, Rua México e Teófilo Braga. A cidade tem cerca de 90 núcleos  habitacionais irregulares.

Primeiro passo

Em maio deste ano, a reportagem da Revide esteve no Jardim Monte Alegre, na região da comunidade conhecida como “Favela do SBT”. Na ocasião, os moradores aguardavam ansiosos pela liberação da documentação. “Agora teremos um endereço. Não precisa mais dizer que moram na favela”, comentou Marilene Godoy Martins da Silva, presidente da associação de moradores.

Segundo Marilene, a região conhecida como "Favela do SBT" já possui nome oficial e faz parte do Jardim Monte Alegre. Até o início de junho, eram 315 casas registradas no processo de regularização. Após a entrega da documentação de 230 residências, cerca de 85 famílias ainda precisam por a papelada em ordem. 

Apesar do avanço com a documentação, alguns problemas estruturais ainda atrapalham a vida dos que vivem na comunidade. Segundo moradores ouvidos pela reportagem, a falta de água na região Avenida Francisco Massaro e Rio Pardo, faz com que as pessoas e desloquem até uma praça, na Rua Itapetininga, para buscar água em baldes.

Além disso, também reclamam de que em alguns pontos do bairro, em específico no final Avenida Rio Pardo, o esgoto corre a céu aberto. Questionado, o Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto (Daerp), não comentou especificamente sobre os locais listados.

Por meio de nota, a Prefeitura informou que a regularização fundiária é o primeiro passo para a solução de um problema de mais de 40 anos, uma vez que a comunidade existe desde 1977. "A partir da regularização outras medidas serão adotadas para a urbanização das áreas", informou. As obras, segundo o Executivo, incluem reparos do Daerp.

A falta de segurança também é um problema recorrente. Na sede da associação de moradores, Marilene pretendia oferecer aulas de informática às crianças do bairro. Por meio de doações, conseguiram 10 computadores. "Agora temos só dois computadores, todos os outros foram roubados”, lamenta a presidente.

O Portal Revide entrou em contato novamente com Marilene para saber se algo mudou desde a última reportagem. “A única coisa que mudou desde que vocês estiveram aqui foi a entrega do documento mesmo”, comenta Marilene. Apesar de se mostrar feliz com a conquista dos registros, a líder comunitária entende que ainda falta muito a ser feito no local.

Além dos computadores, outra demanda da população é para o retorno das aulas do programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA). Assim como todas as outras ações realizadas pela associação, as aulas precisam de doações externas para acontecerem. “No momento não há previsão para voltarmos com as aulas”, lamenta Marilene.

 

Matéria alterada às 18h10, de quinta-feira, 13, para atualização de informações.


Foto: FL Piton

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