Após quatro anos, Parque Roberto de Mello Genaro continua sem previsão para abrir
Prefeitura afirma que ordem de serviço para obras em muro que desabou há 11 meses deve ser assinada na próxima semana

Após quatro anos, Parque Roberto de Mello Genaro continua sem previsão para abrir

Interditado desde 2013 por conta de um deslizamento de pedras, espaço permanece com cadeados quebrados e virou moradia para pessoas em situação de rua

O Parque Roberto de Mello Genaro foi inaugurado em outubro de 2010 pela Prefeitura de Ribeirão Preto e, três anos depois, foi interditado por conta de um deslizamento de pedras. Desde então, promessas de reabertura foram feitas ao parque localizado entre a Avenida Caramuru e a Avenida Santa Luzia. Nada foi concretizado.

Ao lado da entrada do parque existem estabelecimentos comerciais de todo tipo: salão de beleza, lanchonete e uma academia são os principais vizinhos do local, e não gostam muito da situação a que são expostos.



Marielli de Castro trabalha na lanchonete que fica emparelhada com a entrada principal do parque. “O fechamento do parque só atrapalha. Fica tudo aberto. A gente tem que tomar cuidado com os moradores de rua, pois eles entram e saem o tempo todo dali. Virou um lugar perigoso”, diz.

“O parque assombra o comércio. Há mosquitos o tempo todo, além dos outros bichos que entram aqui. Isso espanta o público. Quando chove, os bueiros do parque entopem e a água escorre para cá, fica um mau cheiro muito forte. Isso atrapalha os negócios”, comenta Gabriel Accardo, colega de trabalho de Marielli.

Há 11 meses, mais um problema entrou para a história do parque: o muro que havia na Avenida Santa Luzia caiu logo após uma forte chuva. Na época, o prefeito Duarte Nogueira (PSDB) prometeu um plano para refazer a barricada e um plano para reabrir o parque. Até hoje o serviço não foi realizado. O muro custaria R$ 280 mil para ser construído. A reestruturação do parque não havia sido orçada.

“Quando o parque reabrir, será mais seguro, não haverá mais problemas com andarilhos que ficam aqui e isso será muito bom”, comenta Accardo, ao lembrar que pessoas já foram assaltadas pelos moradores de rua que agora vivem no parque.



A equipe de reportagem do Portal Revide foi até o parque para verificar a situação. O local estava aberto, mesmo estando interditado. Não havia guardas municipais, mas havia sujeira deixada pelos moradores de rua que ali frequentam. Cobertores, roupas e restos de comida se misturavam em meio ao mato alto e galhos quebrados. O rio estava sujo, sacolas e outros entulhos flutuavam pela água.

Nesta quinta-feira, 7, a prefeitura encaminhou uma equipe para fazer a roçada do local. “Faz uns seis meses que não vem ninguém aqui. Tudo está abandonado. A gente sabe que tem moradores de rua e usuários de drogas frequentando o parque. Agora não tem ninguém. A gente só veio para ‘dar um tapa’. Para limpar mesmo precisa de muita gente”, afirma Douglas William Tavares, o responsável pela equipe que estava no local.

Questionada, a Secretaria Municipal de Infraestrutura informou, por meio de nota, que até a semana que vem deverá ser assinada a ordem de serviço para as obras que se referem ao muro da Avenida Santa Luzia. Sobre a limpeza, a Coordenadoria de Limpeza Urbana afirmou que tem ido ao parque.

Ainda por meio da nota, a Administração Municipal informou que a reabertura do espaço para o público depende, principalmente, da continuidade da obra do muro da Avenida Santa Luzia.

Mesmo sem uma previsão para reabrir, Marielli continua esperançosa. “Quem sabe um dia o parque será reaberto, só depende da prefeitura”, idealiza.


Fotos: Amanda Bueno

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