Cai número de registros de armas de fogo em Ribeirão Preto
Cai número de registros de armas de fogo em Ribeirão Preto

Cai número de registros de armas de fogo em Ribeirão Preto

De acordo com a Polícia Federal, foram registrados 786 objetos desse tipo no município em 2017

Caiu a quantidade de armas de fogo registradas em Ribeirão Preto, de acordo com a Polícia Federal, responsável pelos registros. Nos seis primeiros meses do ano, a quantidade foi de 786 novas armas registradas pela PF - média de 131 por mês.

O número é ligeiramente inferior ao registrado em 2016, quando a média mensal de registros de novas armas de fogo era de 197, totalizando 2.366 ao longo o período entre Janeiro a Dezembro.

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O Coordenador do Grupo de Pesquisa do Observatório de Violência e Práticas Exemplares, da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto, Sérgio Kodato, acredita que essa redução se deve à conscientização do Estatuto do Desarmamento, que impôs regras mais rígidas para a posse e o porte de armas de fogo e munições no Brasil. De acordo com o pesquisador, também criou-se a visão de que ter arma em casa não garante a defesa e expõe o cidadão, que pode ser alvejado pelo ladrão com a própria arma.

“A obrigação de realizar o registro de armas no Sistema Nacional de Armas (Sinarm), imposta pelo Estatuto, foi fundamental para a melhoria do controle do fluxo de fornecimento e acesso às armas legais”, destaca Kodato.

Porém, ele recorda que essa diminuição pode representar um aumento de pessoas que optaram por não registrar o objeto. O professor aponta que no Brasil, atualmente, são cerca de 9 milhões de armas registradas no Sinarm, entretanto, apenas 1.624.832 estão com registros ativos na Polícia Federal, sendo que as demais se encontram em situação irregular.

Kodato diz que isso é um reflexo da burocracia excessiva para renovação de registros. “As pesquisas indicam que ainda devem existir milhares de outras armas, que estão nas mãos dos cidadãos que buscam se proteger de criminosos, mas que sequer chegaram a ser cadastradas”, comenta. Por isso, segundo ele, a redução na quantidade de registros pode ser interpretada a partir do raciocínio de que armas estão sendo comercializadas, mas de forma ilegal e clandestina.

Ainda que diante da queda nos números, há quem defenda a posse de armas de fogo: uma manifestação contra o desarmamento está programada para ocorrer em Ribeirão Preto no dia 18 de julho, realizada por pessoas contrárias ao Estatuto do Desarmamento, promulgado em 2003.

Violência

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou Atlas da Violência, que analisa o período entre 2005 e 2015, e Ribeirão Preto apareceu na 59ª posição entre os municípios do país com menores taxa de assassinato.

Entre os municípios com mais de 100 mil habitantes, Ribeirão Preto apresentou índice de homicídios de 11,9, com uma taxa de Mortes Violentas com Causa Indeterminada (MVCI) de 3,6. A soma das duas taxas, que é levada em consideração pelo levantamento, é de 15,5.


Foto: Pixabay

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