Com método criticado por especialistas, Prefeitura de RP tapa até 800 buracos por dia
Secretaria de Infraestrutura afirma que são utilizadas até 34 toneladas de asfalto diariamente
A Prefeitura de Ribeirão Preto fecha, por dia, até 800 buracos nas ruas e avenidas do município, mas segue operando de forma criticada por especialistas - sem o recorte necessário para execução do serviço. Em períodos de chuvas frequentes, como as últimas semanas, o trabalho fica ainda mais comprometido e o tempo de execução se prolonga, assim como a paciência de moradores e motoristas, que precisam de serenidade para trafegar pelas vias do município.
Segundo a administração municipal, nesta semana os trabalhos se concentram na Avenida Thomaz Alberto Whately, no Jardim Jóquei Clube, e na Rua Julia Maria da Silva, no Salgado Filho, na Zona Norte de Ribeirão Preto. No entanto, ainda que ativo, o serviço não agrada moradores, tampouco especialistas. “Gasto sem resultado. É tipo história dos três porquinhos. Tapa, vem a chuva e leva embora”, comenta o professor Victor Barbio. “O problema é justamente o trabalho feito sem planejamento”, conclui.
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“Depende. Quando o serviço é feito do zero, como o recapeamento das ruas, tem sido eficiente, sim. Mas, agora, aquela Operação Tapa-buraco rápida, só, realmente não é eficiente. Ainda mais com essas chuvas. Não passa uma semana e o buraco já está aberto novamente”, avalia o promotor de vendas Cícero Alves.
A Secretaria de Infraestrutura informa que executa o serviço de tapa-buraco regularmente com equipes próprias. Além disso, aponta que utiliza entre 33 e 34 toneladas por dia de Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ). O CBUQ é considerado um material próprio para esse tipo de aplicação em períodos de chuva. Há, ainda, outro material, chamado Pré-Misturado A Frio (PMF), com massa asfáltica sendo preparada na usina, indicado para o período seco.
Profissionais especializados argumentam que a administração municipal não tem executado o tapa-buraco da maneira correta. De acordo com o engenheiro Anderson Manzoli, especialista em engenharia de transportes, afirma que o método é "totalmente ineficiente". Manzoli afirma que podem ser encontradas alternativas e o fato de ser emergencial não pode ser uma justificativa. "Emergencial é o discurso de quem não quer de fato resolver e empurrar a solução definitiva mais para frente", conclui.
Programação
De acordo com a prefeitura, estão na programação para receber a Operação Tapa-buraco ruas e avenidas da Zona Oeste, como a Rua Acre, Avenida Alfredo Ravanelli, marginal da Avenida Bandeirantes, e a Avenida Rio Pardo. No entanto, o governo lembra que a programação está sujeita a alteração. Já sobre o recapeamento, a administração municipal diz que está em fase de finalização das obras de recape e que, desde o início de 2017, foram recuperados 200 quilômetros de vias.
Foto: Leonardo Santos