Com mudança na legislação, Dia das Mães será comemorado neste domingo, 14, em RP
Medida do legislativo que alterou a data do feriado na cidade não teve grande adesão na prática
No dia 30 de abril, a Câmara Municipal de Ribeirão Preto aprovou o projeto de lei que adia para o dia 14 de junho o Dia das Mães na cidade. O projeto toma como base uma pesquisa realizada pela Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) com comerciantes e empresários. Dos lojistas consultados, 63,5% foram favoráveis ao adiamento da data.
Na preferência dos participantes prevaleceu o adiamento para junho (43,9%); 33,7% preferiram o último domingo de maio e 22,4% se disseram indiferentes às datas. Foram consideradas 323 respostas.
"É uma alteração de calendário, simbólica [...]. Portanto, para mais de um mês de prazo fora do confronto a qualquer decreto, seja municipal, estadual ou federal. Este gesto, a pedido da população, ameniza efeitos devastadores na nossa cidade que tem um perfil de comércio e prestação de serviço", declarou o vereador Lincoln Fernandes (PDT), autor da proposta.
Todavia, não é notado nem por parte dos lojistas, nem das entidades que os representam, grande movimentação em prol da data na cidade. A Acirp não irá realizar uma campanha específica para a data, como costuma realizar todos os anos.
Dessa vez, a entidade uniu o "novo" Dia das Mães, o Dia dos Namorados e as dificuldades que os lojistas estão passando durante a pandemia para formular uma única campanha de incentivo ao comércio local. Com tema “Valorize o perto, valorize o próximo”, a ideia é colaborar para a sobrevivência dos varejos de bairros.
“Muitos empresários de Ribeirão Preto e região estão se reinventando para permanecerem ativos no mercado. Em tempos de isolamento social, o uso das redes sociais se tornou imprescindível para a continuidade dos negócios. E este foi, justamente, o impulso para criar esta ação”, explicou o presidente da Acirp, Dorival Balbino.
Outro objetivo da campanha “Valorize o perto, valorize o próximo” é promover uma rede de solidariedade, tendo em vista que comprar do comércio local vai além da questão financeira para o funcionamento e sobrevida dos negócios.
“Estamos buscando colaborar também para fortalecimento dos laços entre clientes, empresários e colaboradores, aumentando a relação de confiança entre eles e as experiências de consumo”, conclui Balbino.
Já o Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto (Sincovarp) e a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) optaram por não aderir ao movimento de mudança da data e, por isso, não realizaram campanhas específicas para o Dia das Mães em junho.
Última oportunidade
Esta sexta-feira, 12, e o sábado, 13, serão as últimas oportunidades dos ribeirãopretanos de irem, presencialmente, às compras na cidade. Isso porque, toda a Direção Regional de Saúde (DRS) XIII, que engloba Ribeirão Preto e outros 25 municípios, deverão retroceder nas medidas de isolamento social a partir de segunda-feira, 15.
Com isso, deverão fechar os estabelecimentos não essenciais do dia 15 até o dia 28 de junho. Segundo o governo estadual, desde abril, as projeções já apontavam que a contaminação estava mais acelerada no interior do que na capital.
Em nota, o Sincovarp e a CDL, lamentaram o retorno para a Fase Vermelha e declararam que continuarão trabalhando na "construção de soluções para que a cidade volte à classificação laranja e continue evoluindo até a reabertura total". Afirmam, ainda, o reposicionamento da campanha de conscientização, lançada no último fim de semana, para o mote “Proteja vidas e ajude Ribeirão a seguir em frente!”.
“Seja trabalhando no Grupo de Transição e Retomada onde representamos o Comércio Varejista, na campanha de conscientização junto com entidades parceiras seja realizando ações práticas para ajudar a alavancar vendas no setor lojista, não vamos desistir! E a população precisa ajudar também!”, afirma Paulo César Garcia Lopes, presidente do Sincovarp e da CDL.
Já a Acirp manifestou seu descontentamento com o governo do Estado no que diz respeito a transparência dos dados e critérios que basearam a decisão, uma vez que regiões com piores números tiveram a classificação mantida, enquanto a cidade de Ribeirão Preto foi rebaixada.
"A Acirp entende que os comerciantes cumpriram com seu papel na reabertura, respeitando todos protocolos sanitários determinados, e segue defendendo que seja realizada uma comunicação clara e antecipada de indicadores evolutivos para que o plano proposto pelo governo do Estado seja de fato efetivo", criticou.
Foto: Luan Porto