Com o dobro de carros nas ruas, CTB completa 18 anos

Com o dobro de carros nas ruas, CTB completa 18 anos

Especialistas indicam que o Código de Trânsito Brasileiro ajudou a evitar mortes

O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) alcança a maioridade nesta sexta-feira, 22. No período, o CTB ajudou o País a diminuir a proporção de mortes em decorrência a acidentes de trânsito, embora o próprio Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) considera os números alarmantes.

Em todo o País, dados do Denatran mostram que, desde que o CTB entrou em vigor até hoje, a frota de automóveis em circulação no País cresceu 275%, enquanto as mortes decorrentes de acidentes de trânsito aumentaram 40%. O órgão ainda informa que se não fosse o código, a quantidade de vítimas poderia ser maior.

Em Ribeirão Preto, desde 2002 – quando a Transerp começou a realizar um levantamento mais completo da cidade – os acidentes cresceram 19% no município, enquanto a quantidade de veículos praticamente dobrou de quantidade (passou de 255 mil para 498 mil automóveis e motocicletas).

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Ainda de acordo com a autarquia de trânsito, no primeiro semestre de 2015, foram registrados 6.384 acidentes, destes, um terço envolvendo motociclistas (1,8 mil).

Mesmo assim, o número de mortes se manteve estável, passando de 48 para 43 (com referência a dados da Secretaria de Segurança Pública até o mês de novembro/15), embora tenha alcançado um pico vítimas fatais em 2011, quando 77 pessoas morreram nas ruas e avenidas da cidade.

O especialista em trânsito Rodrigo Paschoaoto define o CTB como “muito bom”, embora ele acredite que sejam necessárias mudanças pontuais, principalmente envolvendo as punições aos infratores, como um rigor maior para aqueles que desrespeitam o farol vermelho nos semáforos e a informação da multa aos motoristas.

Para ele, o fato da maioria dos acidentes serem causados por desrespeito a sinalização exige uma punição maior, como ocorre com os motoristas que dirigem embriagados ou sem carteira de habilitação.

Além disso, ele considera que o método utilizado para multar é ineficiente, já que não obriga o condutor a pensar. “O motorista sempre acha que a culpa é do policial ou do agente que o multou. Fala ‘isso é indústria da multa’, ‘abuso de autoridade’. Na hora da aplicação da multa, ele deveria ser obrigado a parar o veículo, e o aplicador da multa explicar o motivo da infração. Isso é primordial. A autoridade deve indicar o porquê de a pessoa estar errada. Caso isso ocorra, seria uma mudança significativa, porque o motorista vai refletir sobre a inflação que ele cometeu”, analisa Paschoaoto.


Foto: Bruno Silva

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