Delegado da Polícia Federal afirma que crime de Marins é "inafiançável"
Empresário ribeirãopretano foi preso em flagrante enquanto se passava por funcionário do consulado da Albânia

Delegado da Polícia Federal afirma que crime de Marins é "inafiançável"

Empresário preso nesta terça-feira, 5, está à disposição da Justiça no CDP de Ribeirão Preto

Segundo o delegado da Polícia Federal (PF), Edson Geraldo de Souza, o crime cometido pelo empresário Eliézer Marins, preso em flagrante ao se passar por adido consular da Albânia, nesta terça-feira, 5, "não cabe fiança, porque ultrapassa quatro anos de prisão, podendo chegar até a seis anos de reclusão", explica.

Em entrevista na sede da PF em Ribeirão Preto, o delegado comentou como chegaram ao empresário, que foi preso em seu escritório. "Começamos essa investigação a partir de uma notícia que veio do Ministério das Relações Exteriores, que comunicava que um determinado cidadão brasileiro estaria aqui, na nossa cidade, apresentando-se como representante do corpo consular sem ter autorização do governo brasileiro", contou Souza.

O delegado explica que para alguém se apresentar como integrante de qualquer corpo consular, é necessário que essa pessoa tenha uma indicação do país de origem. "Ainda que seja brasileiro, após essa indicação, ele deve ser reconhecido e creditado no Ministério das Relações Exteriores. No caso, não tivemos isso. Então tínhamos uma pessoa se apresentando como representante do corpo consular, sem na verdade ter autorização".

Marins, que chegou a se apresentar na mídia como representante da Albânia, também teve seu carro apreendido, pois utilizava emplacamento exclusivo de um representante internacional. O delegado, contudo, esclarece que o empresário foi preso por ferir o artigo 296 do Código Penal. "Não o investigamos por qualquer outra atividade que ele realiza, isso não interessa ao serviço de investigação da Polícia Federal. O único ato pelo qual ele foi preso em flagrante hoje é em razão do uso não autorizado do brasão da República", disse. 

Por fim, o delegado antecipou quais serão os próximos passos da investigação. "Estabeleceremos um investigação para saber a origem dessa documentação e quais atividades foram desenvolvidas enquanto representante de um corpo consular não autorizado. A investigação tem um prazo de dez dias para ser encerrada, após isso, encaminharemos o relatório à Justiça", finaliza. Enquanto aguarda o processo, Marins segue detido no CDP de Ribeirão Preto


Foto: Paulo Apolinário/ Polícia Federal

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