Gaeco apura esquema ilícito em licitações na região de Ribeirão Preto
Os promotores do Gaeco apontam que empresas combinavam resultado de licitação, mas não identificaram participação de políticos

Gaeco apura esquema ilícito em licitações na região de Ribeirão Preto

Foram cumpridos mandados de prisão, condução coercitiva e busca e apreensão em diversos municípios da região sobre suspeitos de fraudarem licitações do lixo

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo, deflagrou nesta quinta-feira, 9, a Operação Purgamentum, que investiga fraudes em licitações do contrato da coleta de lixo em cidades do interior de São Paulo e Minas Gerais. Foram cumpridos mandados de prisão na região de Ribeirão Preto.

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Um dos contratos sob suspeita é o acordo para a coleta do lixo em Barretos, no valor de R$ 15 milhões, que foi fechado neste ano. Um dos proprietários da empresa que realiza a coleta na cidade foi preso temporariamente durante a operação.

O promotor do Gaeco Frederico de Camargo, que atua na investigação, aponta que o esquema envolve diversos municípios. As fraudes ocorreram em Barretos, Paulínia e Sumaré – as duas últimas na região de Campinas – mas os mandados de prisão, busca e apreensão e condução coercitiva em São Paulo ocorreram em Ribeirão Preto, Monte Alto, Patrocínio Paulista, Batatais, Paulínia, Sumaré e Campinas.

De acordo com o promotor, as empresas combinavam entre si os valores apresentados na concorrência, já definindo antecipadamente quem seria a vencedora do pregão. Até o momento, não foi identificado a participação de agentes públicos, embora isso não esteja descartado.

“As pessoas que foram presas tiveram conluio na licitação. O ajuste ocorria entre as próprias empresas. Elas simulavam disputas, mas eram apenas um plano de fundo, já que o resultado estava destinado a uma empresa pré-determinada”, destaca Camargo, que aponta que os valores envolvidos são milionários.

As investigações da Operação Purgamentum ocorrem a pelo menos cinco meses, e iniciou-se na promotoria de Passos, interior de Minas Gerais, já que uma das empresas envolvidas tem sede naquele município.

Elas são acusadas de associação criminosa e fraude em licitação. Não foi encontrado nenhuma fraude no contrato do lixo de Ribeirão Preto. Porém, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão no município, além de duas pessoas terem sido presas na cidade.

Por meio de nota, o Serviço autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Barretos confirmou que agentes do Gaeco estiveram na manhã desta quinta na sede da autarquia, cumprindo mandado de busca de documentos do contrato para o serviço de disposição final de resíduos sólidos, e que forneceu aos investigadores toda a documentação solicitada.


Foto: Amanda Bueno

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