Laudo não exclui que Lucas possa ter morrido por choque elétrico  
IML descarta que causa da morte possa ter alguma relação com a concentração de álcool encontrada no sangue do garoto

Laudo não exclui que Lucas possa ter morrido por choque elétrico  

Apesar de inconclusivo, documento da Polícia Científica não descarta suspeita inicial de morte por choque elétrico

O laudo do Instituto Médico (IML) Legal aponta como “indeterminada” a causa da morte do estudante Lucas da Costa Souza, porém, não descarta a possibilidade de que o jovem possa ter morrido em decorrência de um choque elétrico.

O estudante de 13 anos morreu dentro da Escola Municipal Eduardo Romualdo de Souza, na Vila Virgínia. Ele teria escalado uma grade do local na tarde do dia 30 de novembro. A suspeita inicial da perícia é de que o adolescente tenha sofrido uma descarga elétrica.

Ainda de acordo com o IML, Lucas não apresentava sinais de lesões graves na cabeça ou demais órgãos. Foram encontradas, apenas, escoriações nas mãos e joelhos, decorrentes da queda. "Não foram encontradas lesões externas e internas que pudessem confirmar a suspeita de morte por choque elétrico, porém não é possível diante dos achados necroscópicos negativos se excluir uma possível morte por corrente elétrica", consta no documento.

Ademais,  laudo também detectou álcool na corrente sanguínea de Lucas, na concentração de 0,6g/l. De acordo com a Polícia Científica, a dosagem não é suficiente para ter relação direta com o óbito. O advogado da família, Leonardo Afonso Pontes, conta que família foi surpreendida por essa informação. Segundo ele, os pais são de uma religião que proíbe o uso do álcool e quaisquer drogas.

"Na casa deles nunca teve bebida. Além disso, naquele dia a mãe levou o Lucas à escola, e no percurso ela não notou nada de diferente", explica Pontes. O que a defesa irá fazer a partir de agora é rememorar os últimos dias de Lucas. "Ficamos sabendo que alguns medicamentos medicamentos podem conter álcool em sua composição. Iremos pesquisar se algum desses medicamentos foi ministrado ao Lucas naquele dia", conclui. 

Todavia, para o advogado, a presença do álcool na corrente sanguínea do garoto não diminui o mérito do processo. "A ação é procedente porque uma criança morreu dentro de uma escola", frisa o advogado. "Se ficar ou não comprovada a concentração de álcool, essa questão não alcançaria a discussão da descarga elétrica", conclui.

Segundo o vereador Isaac Antunes (PR), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara que investiga as causas da morte, o próximo passo será ouvir médicos e especialistas para entender quais substâncias o garoto possa ter ingerido e, em caso de ser confirmado o consumo de bebida alcoólica, identificar se ele fez isso dentro da escola.  Em depoimento na CPI, a ex-secretária da Educação, Luciana Andrade, revelou que no momento da morte de Lucas, a escola estava com um quadro de professores e inspetores reduzidos. 

 


Foto: Arquivo pessoal

Compartilhar: