Museu da Segunda Guerra Mundial em Ribeirão sofre com o esquecimento
Museu da Segunda Guerra Mundial em Ribeirão sofre com o esquecimento

Museu da Segunda Guerra Mundial em Ribeirão sofre com o esquecimento

Museu recebe apenas visitas agendadas e interessados pela história do Brasil no combate lamentam o esquecimento

O vendedor Rodrigo Lira desde pequeno nutre grande interesse pela história das Grandes Guerras que macularam o mundo no século XX, em especial a Segunda Guerra Mundial, em que ele reverencia a participação brasileira no combate, como a batalha de Monte Castelo, na Itália, na qual o exército brasileiro foi o primeiro a derrotar tropas alemãs no conflito.

Tal interesse o levou, depois de dez anos – já que ele havia conhecido o local quando criança –, ao Museu Municipal da Segunda Guerra Mundial Expedicionário José Vicanco Solano, que fica próximo ao Bosque Fábio Barreto. Porém, o rapaz ficou decepcionado ao chegar ao local, pois ele se encontra fechado, e recebe apenas poucas visitas agendadas.

“Nós no Brasil damos pouco valor a nossa participação na guerra, e tivemos uma participação fundamental no combate. A vitória em Monte Castelo foi uma das mais importantes, e muitos jovens da minha idade não têm noção disso”, lamenta Rodrigo, que acredita que essa história só se mantém viva com os museus abertos em funcionamento. Em Ribeirão, a história da participação do Brasil na guerra também lembrada na Praça dos Expedicionários Brasileiros, que fica na Avenida 13 de Maio, e conta com um canhão utilizado no conflito (foto acima).

Inconformado com as portas fechadas, o vendedor foi procurar a Associação dos Militares e Oficiais da Reserva de Ribeirão Preto, que opera ao lado do museu. Lá foi informado que peças históricas do museu, como uniformes dos combatentes, que compõem o acervo do local, sofrem o risco de deterioração, por falta de manuseio de especialistas, e que o museu se encontra fechado por falta de manutenção.

Em contato com o Portal Revide, o desembargador federal aposentado Genésio Solano, sobrinho do expedicionário Solano, morto em combate na Segunda Guerra Mundial, e que batiza o espaço, lamenta a situação que o local passa, embora não tenha tido a oportunidade de visitar ainda, pois reside em São Paulo. Porém, ele afirma ter interesse em auxiliar nos trabalhos de manutenção do acervo do museu, já que também conta com objetos do tio em casa.

A direção do museu nega a falta de manutenção do acervo, mas informa que as visitas foram suspensas por falta de funcionários, o que deve ser resolvido em breve, quando será contratado um estagiário para atuar no local - o que ainda não tem data para acontecer.

A prefeitura, responsável pela administração do museu, disse que o local está fechado para reforma, “mas em fase final”, e que o museu será reaberto em breve. Entretanto, também não soube informar quando irá remanejar funcionários e deve começar o processo de catalogação do acervo com estagiários que fazem parte do projeto de sistema de museus.


Foto: Julio Sian

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