Licitação para restauro da Nove de Julho entra na fase final
Projeto também inclui implantação de corredor de ônibus e galerias de águas pluviais
O restauro da Avenida Nove de Julho, em Ribeirão Preto, finalmente sairá do papel. A licitação, no momento, está no prazo final para homologação das empresas. O valor máximo estimado foi de R$ 31 milhões. O contrato tem duração de 18 meses, sendo que a obra deve ser concluída em até 12 meses contados a partir da data de publicação da ordem de serviço. Em 2022, o Executivo chegou a abrir uma licitação, mas nenhuma empresa apresentou proposta.
Na época, o valor estimado era de R$ 18 milhões. O edital contempla o restauro do pavimento da Nove de Julho, entre a Avenida Independência e a Rua Tibiriçá, e a implantação de travessias com acessibilidade para pessoas com deficiência nos cruzamentos. Segundo o documento, será recuperado todo o pavimento, com a retirada e a preservação dos paralelepípedos para implantação da base, com reforço em concreto, como é realizado nas obras dos corredores de ônibus. O diferencial está na implantação da base de areia e realocação dos paralelepípedos no lugar do asfalto.
O canteiro central também será restaurado, mantendo os mosaicos de pedras portuguesas e as árvores, que não serão retiradas. Será implantada toda a acessibilidade nos cruzamentos e retornos da avenida, como rampas de acesso para cadeirantes, piso tátil direcional e de alerta indicando os pontos de espera e de travessia.
A licitação ainda abarca a implantação de galerias de águas pluviais nas ruas Marcondes Salgado e São José, ligando a Avenida Nove de Julho à Avenida Francisco Junqueira. A ideia é acabar com o problema de represamento de água que ocorre na Rua São José quando chove forte.
Além disso, também será implementado um corredor de ônibus no mesmo trecho, entre a Rua Tibiriçá, próximo à Recreativa, e a Avenida Independência. A faixa destinada ao tráfego dos ônibus será a da direita.
À Revide, o prefeito Duarte Nogueira (PSDB) destacou a importância histórica e emotiva que a avenida tem para o ribeirãopretano. “A Nove de Julho é uma das joias de Ribeirão Preto. Seja de que parte da cidade a pessoa for, todo mundo tem uma história de amor com a avenida, que, além de patrimônio histórico, é também nosso patrimônio afetivo”, ressaltou.
Por isso, segundo o prefeito, a obra inclui a reforma e a restauração completa da avenida, preservando-se todos os aspectos tombados pelo Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural (Conppac): os paralelepípedos, os mosaicos portugueses dos canteiros e as árvores sibipirunas. “Os paralelepípedos serão retirados e recolocados sobre uma estrutura que vai garantir que eles se mantenham perfeitamente alinhados, mesmo com o impacto de veículos pesados’, concluiu Nogueira.
Centenária
A Avenida Nove de Julho, trecho entre as ruas Tibiriçá e São José, foi inaugurada no dia 7 de setembro de 1922, com o nome de Av. Independência, escolhido para homenagear o Centenário da Independência do Brasil. O projeto da avenida foi idealizado pelo prefeito municipal da época, João Rodrigues Guião, em 1921.
Em 1934, a avenida passou a se chamar Nove de Julho, sendo uma homenagem à data de Nove de Julho de 1932, quando foi deflagrada a Revolução Constitucionalista, um movimento em prol da elaboração de uma Constituição para o Brasil. Durante a década de 1960, a avenida abrigou algumas das principais mansões de propriedade da elite econômica da cidade; posteriormente, em função de sua posição privilegiada, consolidou-se como um importante setor bancário.
Foto: Pixabay (foto ilustrativa)
