Policiais acusados de matarem Luana Barbosa irão a júri popular

Policiais acusados de matarem Luana Barbosa irão a júri popular

Segundo a juíza Marta Rodrigues Maffeis, os três agentes teriam agido por vingança

Os três policiais militares acusados de matar Luana Barbosa dos Reis, em abril de 2016, em Ribeirão Preto, irão a júri popular.

Segundo a sentença da juíza Marta Rodrigues Maffeis, da 1ª Vara do Júri e das Execuções Criminais, o crime foi motivado por vingança, pois a vítima teria dado um soco e um pontapé em um dos policiais durante a abordagem.

“Os acusados teriam espancado a vítima, causando-lhe intenso, prolongado e desnecessário sofrimento físico e mental. Finalmente, existem indicações de que a vítima teria sido subjugada por três homens armados, estando estes, portanto, em superioridade numérica e de armas, recurso este que impossibilitou sua defesa.”, escreveu a juíza.

A defesa dos policiais alega que a decisão é contraria as provas e que irão recorrer no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP).

Segundo testemunhas, Luana levava o filho para um curso quando foi abordada pelos policiais. Ela não teria autorizado a revista e exigiu a presença de uma policial. Nesse momento, teriam se iniciado as agressões, as quais Luana tentou reagir.

Ela morreu cinco dias após o espancamento, por conta de uma isquemia cerebral e traumatismo craniano causados pelas agressões. Ainda não há data para o julgamento.

Repercussão


A morte de Luana Barbosa ganhou repercussão nacional e internacional. Em um artigo publicado em maio de 2016, a Organização das Nações Unidas (ONU) pediu uma investigação “imparcial e com perspectiva de gênero e raça” sobre o caso da lutadora Luana Reis, morta após espancamentos supostamente promovidos pela Polícia Militar, em Ribeirão Preto.

O texto do Alto Comissariado de Direitos Humanos das Nações Unidas para América do Sul e da ONU Mulheres Brasil solicita que o poder público brasileiro faça investigação imparcial e com perspectiva de gênero e raça na elucidação do caso.


Foto: Arquivo pessoal

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