Audiência sobre o caso Luana atrai manifestantes de outros Estados a Ribeirão Preto
Luana teria sido agredida por policiais em abril de 2016 e, depois de cinco dias internada, morreu em razão dos ferimentos

Audiência sobre o caso Luana atrai manifestantes de outros Estados a Ribeirão Preto

Representantes de movimentos do Rio de Janeiro se deslocaram para acompanhar o caso

A audiência do caso Luana Barbosa dos Reis, em Ribeirão Preto, teve início nesta quarta-feira, 18, e atraiu manifestantes de outras cidades e Estados. Representantes de movimentos do Rio de Janeiro e de São Paulo, por exemplo, estiveram presentes no Fórum do município, onde ocorrem as oitivas.

“O movimento aqui em frente é muito importante por conta da visibilidade. A ideia é visibilizar essa violência associada ao que a gente chama de genocídio, o assassinato da juventude e da população negra. Os índices que a gente tem, que são absurdos. Um negro tem 17 vezes mais chance de ser assassinado. A Luana juntava todas essas vulnerabilidades. Mulher, negra, lésbica. O intuito é fazer essa pressão política. Se aconteceu com ela e ficou impune, pode acontecer com qualquer um de nós. A ideia é lembrarmos Ribeirão. Por ela, por nós que estamos aqui e pelas próximas gerações", afirmou Ramon Faustino, integrante do Movimento Negro e da campanha Nenhuma Luana a Menos.

No dia 8 de abril de 2016, Luana Barbosa dos Reis, de 34 anos, foi abordada pela Polícia Militar no seu bairro, Jardim Paiva II. Após exigir que a revista fosse feita por uma policial militar feminino, como estabelece a legislação brasileira, Luana teria sido agredida pelos PMs.

Após cinco dias internada, a vítima morreu em decorrência dos ferimentos. Segundo o laudo necroscópico, Luana teve traumatismo craniano-encefálico com isquemia cerebral devido à dissecção de uma artéria.

O advogado de defesa do caso, Daniel Rondi, afirmou que, em dois anos, foram poucos os avanços judiciais do caso. Depois do arquivamento do processo pela Justiça Militar, ficou decidido que o caso deve ser julgado pela Justiça comum e, por isso, os procedimentos voltaram para a delegacia de Ribeirão Preto e, nesta quarta, tiveram início as audiências.
 

 

Com informações de Líria Machado.


Fotos: Liria Machado e Reprodução Facebook

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