Prefeitura de Ribeirão Preto apresenta menor proposta de reajuste aos servidores dos últimos anos
Secretário da Fazenda lembra que proposta de 1,8% é referente à reposição das perdas inflacionárias dos últimos 12 meses
Na terça-feira, 3, logo após a Prefeitura de Ribeirão Preto apresentar a proposta de reajuste salarial dos servidores municipais de 1,81%, baseada na correção inflacionária dos últimos 12 meses, o sindicato da categoria realizou uma assembleia na porta do Palácio Rio Branco, que decidiu pela greve do funcionalismo, marcada para ter início na próxima semana.
Numericamente, essa é a menor proposta pela Prefeitura de Ribeirão Preto nos últimos anos. Porém, segundo o secretário da Fazenda, Manoel Gonçalves, isso não quer dizer que é a pior proposta. Para ele, o reajuste é até melhor que os 4,69% apresentados em 2017. Isso porque, naquela ocasião, a reposição foi feita em duas parcelas e, nesta, o município propõe que a reposição seja colocada em prática já em abril.
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O secretário aponta que esse percentual é reflexo da inflação registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), no período de março de 2017 a fevereiro de 2018 - o mesmo índice utilizado pelo município para correção do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU).
“Não foi a menor, foi a mesma que fizemos ano passado, que é a reposição da inflação. Tanto é que são os mesmos índices usados para corrigir o IPTU. A inflação está muito baixa e o reflexo é esse. Esse ano queremos corrigir de uma vez só, e não como no ano passado, que foi em duas vezes. Portanto, deste ano foi até melhor”, afirma o secretário, que ainda acredita que a negociação de outros fatores, não econômicos, ainda está aberta.
Reajustes da ‘Era Dárcy’
No segundo governo da ex-prefeita Dárcy Vera, os servidores chegaram a ter reajuste de 10,6%, em 2016. Naquela ocasião, o sindicato, então presidido por Wagner Rodrigues, chegou a apresentar uma proposta pedindo reajuste salarial de 20,1%, levando em consideração a reposição de inflação (11%) e o crescimento nominal da receita do município.
Já em 2015, o reajuste dos servidores foi de 6,2%, referente ao INPC registrado no período anterior. Naquele ano, os servidores chegaram a fazer uma greve de nove dias, após a recusa do pedido de reajuste em 13,1%.
Enquanto isso, nos dois anos anteriores, 2014 e 2013 respectivamente, o reajuste salarial foi de 5,5% e 6%, ambos influenciados pelos índices inflacionários acumulados nos 12 meses antes da data-base do funcionalismo, o mês de abril. Em 2012, o reajuste salarial foi de 6,5% pelo mesmo motivo.
Em 2018, servidores querem 10,8%
Em fevereiro deste ano, o Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto aprovou o pedido de reajuste salarial da categoria em 10,8%. De acordo com a entidade, o reajuste é referente à inflação registrada no ano de 2017, de 2,93% pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mais a reposição de 7,87%, sobre o crescimento da arrecadação do município no período.
Segundo o sindicato, o crescimento na receita do orçamento municipal é motivado pelo trabalho desenvolvido pelos servidores e, desta forma, o reajuste deveria contemplar a situação.
Após a aprovação da greve para a próxima terça-feira, 10, o sindicato também marcou uma assembleia para o dia anterior, segunda-feira, 9. O motivo é que os servidores ainda aguardam por uma nova reunião com a prefeitura, que ainda não foi marcada, e esperam por uma nova medida. Caso não ocorra, a assembleia servirá para definir os trâmites da greve.
Foto: divulgação
