Região registra 1,2 mil casos de falta de energia por causa de pipas
Só em Ribeirão Preto, a média de ocorrências em 2017 foi de quase uma por dia
A utilização de pipas próximas à rede elétrica foi responsável por 1.219 casos de falta de energia na região de Ribeirão Preto, entre os anos de 2015 e 2017. Segundo dados da CPFL Paulista, distribuidora de energia do Grupo que atua nas cidades da região, o número de ocorrências relacionadas a pipas teve um aumento de 4,3% de 2016 para 2017, passando de 415 para 433 casos no período.
As estatísticas apuradas pela área operacional das distribuidoras do grupo também mostram que Ribeirão Preto e Jaboticabal lideram o ranking de ocorrências na região, com 864 (70,8% do total) e 138 (11,3% do total) desligamentos nos últimos três anos, respectivamente. Os dados de cada cidade podem ver vistos na tabela abaixo
A interrupção do fornecimento de energia elétrica por conta das pipas pode ocorrer por diversas formas. Além do risco de rompimento dos cabos pelas linhas que usam cerol ou a conhecida “chilena”, as pipas ficam enroscadas nas redes elétricas podendo provocar desgastes nos fios e levar a curtos-circuitos em dias úmidos.
Risco à população
Segundo a assessoria de imprensa da CPFL, a utilização inadequada de pipas em áreas urbanas traz riscos de graves consequências. Um exemplo disto foi o falecimento de Gilmar Machado da Silva, em Capivari, atingido por um cabo de energia que foi cortado, rompeu e caiu, em razão da tentativa de terceiros de retirar uma pipa da rede elétrica.
A recomendação é que pais e responsáveis acompanhem e instruam crianças e adolescentes no uso do brinquedo. Os acidentes elétricos causados pelas pipas poderiam ser evitados se fossem adotados alguns cuidados simples, como escolher locais longe da fiação elétrica – campos abertos e parques com áreas planas.
A tentativa de resgatar uma pipa presa na fiação também pode provocar desligamentos no fornecimento de energia e causar acidentes com vítimas. “Se acontecer de a pipa ficar presa em um fio, a melhor atitude é dá-la como perdida”.
O uso de cerol (mistura de cola, limalha e vidro moído) ou da "linha chilena" é considerado crime penal capitulado nos artigos 129, 132 e 278 do Código Penal Brasileiro, além do artigo 37 da Lei das Contravenções Penais. Além disso, sua formulação pode conter limalha de ferro, substância que provoca curtos-circuitos e choques. Esses tipos de linha também são um risco para ciclistas, motociclistas e a população em geral.
Em caso de rompimento de cabos por linhas de cerol ou curtos-circuitos causados por esse brinquedo, a população deve acionar a distribuidora por meio dos canais de atendimento. Deve-se ficar o mais distante possível do fio partido para evitar acidentes.
Foto: Pedro Gomes
