Ribeirão Preto registra 21 mil acidentes de trabalho desde 2012
Só em 2017 foram comunicados 3.367 acidentes na cidade - uma média de nove ocorrências por dia

Ribeirão Preto registra 21 mil acidentes de trabalho desde 2012

Com as ocorrências, mais de 7 mil auxílios-doença foram abertos no município durante o período

Entre 2012 e 2017, 106 trabalhadores não voltaram para casa em Ribeirão Preto - todos foram vítimas de acidentes no trabalho. No mesmo período, foram registradas 21 mil Comunicações de Acidente de Trabalho (CAT) – documento emitido para reconhecer tanto um acidente de trabalho –  e a abertura de quase 7 mil auxílios-doença, resultando em um impacto previdenciário de R$ 54,2 milhões no período. 

Quando segmentados por ano, os dados de acidentes de trabalho em Ribeirão Preto apontam uma leve redução no número de ocorrências. Em 2016 foram abertas 3.440 Comunicações de Acidentes de Trabalho, enquanto que em 2017 houve a emissão de 3.367 CATs - uma média de nove ocorrências por dia.

Os setores econômicos que registraram o maior número de acidentes no município foram, respectivamente, estabelecimentos hospitalares (23,37%), supermercados e hipermercados (3,30%), restaurantes (3,22%) e administração pública (2,74%). Os segmentos que mais geraram afastamentos de trabalhadores foram restaurantes (4,83%), hospitais (4,14%), supermercados (3,82%) e transporte rodoviário de carga (3,28%). 

As informações estão disponibilizadas no Observatório de Saúde e Segurança do Trabalho, uma ferramenta on-line de acesso público, criada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

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A respeito do setor da saúde, o que mais registrou acidentes, o Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios de Ribeirão Preto (Sindiribeirão) se posicionou afirmando que os hospitais na cidade passam por constante treinamento e orientação, inclusive por meio de cursos de atualização promovidos pelo próprio Sindicato, a fim de reduzir riscos e danos a mão de obra.

Outro ponto levantado pelo sindicato foi a forma como o levantamento foi feita. "Como a própria norma diz, todo e qualquer acidente é notificado, mas não necessariamente gera afastamento por doença profissional. Quando um acidente de risco biológico acontece, os hospitais estão orientados a fazer um acompanhamento rigoroso, durante seis meses, da saúde de seu empregado, com a realização de exames para descartar qualquer consequência. E, em geral, estes acidentes não levam ao afastamento. Os motivos de afastamento na área da saúde sãos os mesmos de qualquer segmento, e liderados por problemas osteomusculares e psiquiátricos", afirmou Yussif Ali Mere Jr, presidente do Sindiribeirão.


Sob supervisão de Marina Aranha.


Foto: Pedro Gomes

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