Caso Iza: pesquisa aponta que 1 em cada 10 homens traem na gravidez

Caso Iza: pesquisa aponta que 1 em cada 10 homens traem na gravidez

Especialistas dão dicas para mulheres que, assim como a cantora, foram traídas durante a gravidez; cuidados com a gestação devem ser redobrados

A polêmica da traição sofrida pela cantora Iza, pelo seu namorado, o jogador de futebol Yuri Lima, do Mirassol, veio à tona em um vídeo postado pela artista, declarando o fim do relacionamento de pouco mais de um ano. Poderia ser mais um caso entre milhares no mundo dos famosos, não fosse pelo fato de Iza estar grávida de seis meses do jogador.

 

Trair durante a gravidez não é algo incomum. É o que leva algumas pessoas a questionarem se, de fato, os homens têm mais propensão a trair suas parceiras durante esse período. De acordo com um estudo do Journal of Clinical Medicine, 1 em cada 10 futuros pais traem suas parceiras, e as chances de isso acontecer aumentam à medida que a gestação evolui.

 

Segundo a pedagoga especialista em Sexualidade Feminina pela Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) Claudia Petry há vários fatores que levam um homem a trair sua parceira na gravidez, o que inclui imaturidade e incapacidade de lidar com as mudanças físicas e emocionais da mulher, e até a fuga psicológica de ser pai em breve. "De qualquer forma, não há absolutamente nenhuma desculpa para um homem trair durante a gravidez. Ao contrário. Esse é o momento em que ele deveria estar mais próximo, independentemente de qualquer problema", diz a especialista..

 

Para a psicóloga Monica Machado, a dor da traição pode ser devastadora para a mulher grávida, causando sentimentos de humilhação, raiva, tristeza e frustração. "A gestação, por si só, já é um universo de mudanças físicas e emocionais, e o estresse adicional da traição pode impactar negativamente o bem-estar materno e fetal, tornando o momento ainda mais desafiador", analisa Monica.

 

Claudia Petry acredita que muitas mulheres se sentem envergonhadas por serem ludibriadas. "Buscar apoio, seja com familiares ou amigos é importantíssimo. A mulher precisa sentir e extravasar todas as suas emoções, até entender que essa culpa não é dela".

 

Segundo a psiquiatra geral e da Infância e Adolescência, pesquisadora e supervisora na residência de Psiquiatria da UNIFESP Danielle Admoni, o sofrimento psicológico da mãe pode prejudicar a formação do feto. "O estresse provoca mudanças no desenvolvimento cerebral dos bebês enquanto continuam no útero, resultando em déficits neurocomportamentais, problemas de coordenação motora, reatividade emocional elevada e atrasos na linguagem, além do risco de parto prematuro", aponta a especialista.

 

Além disso, a mulher pode ser acometida pela depressão, que pode surgir antes mesmo do parto, no final da gravidez. Os sintomas são similares aos da depressão comum, como tristeza, apatia, ideias de culpa, insônia e até desinteresse pelo bebê. "A tendência à depressão depende da interação de vários aspectos, incluindo genética e alterações hormonais que ocorrem durante a gravidez e no pós-parto. Mas fatores externos também contribuem para motivar o transtorno. Neste caso, a traição desequilibra por completo a estrutura emocional da mãe, já que o parceiro pertence a essa nova realidade, e seu suporte haveria de ser essencial para uma gestação saudável", diz Danielle. Por isso, as especialistas reforçam que o acompanhamento médico é fundamental.

 

As mulheres que já passaram por isso podem criar uma espécie de rede de apoio para futuras vítimas, segundo Petry. "Há muitas mulheres que passaram pela mesma situação e conseguiram manter relacionamentos saudáveis com os pais de seus filhos. Elas poderão oferecer apoio prático e conselhos com base em suas próprias experiências", diz. Mas ela pontua que "não existe uma resposta universal para a questão da infidelidade durante a gravidez. Cada caso de traição é único e deve ser tratado com individualidade, cuidado e respeito, principalmente em benefício à criança que está por vir".


Foto: Redes Sociais

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