Idosa com suspeita de coronavírus em RP se recupera bem

Idosa com suspeita de coronavírus em RP se recupera bem

Médicos não detectaram complicações no quadro de saúde da idosa de 73 anos

Uma idosa de 73 anos é a segunda pessoa com suspeita de infecção pelo novo coronavírus, em Ribeirão Preto. O caso é o primeiro tratado pela rede pública de saúde.  

No momento, ela está sob observação em um leito de isolamento no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, unidade escolhida como uma das seis para ser referência no tratamento do vírus no Estado.

Segundo as primeiras informações, a idosa teria viajado em uma excursão para a Europa, onde passou pela Itália e pela França. Ela chegou ao Brasil na segunda-feira, dia 24 de fevereiro.

Entre quarta-feira, 26, e quinta-feira, 27, a idosa teve febre, falta de ar e dor de garganta. Ela procurou uma Unidade Básica de Saúde (UBDS) na quinta-feira e foi encaminhada para o Hospital das Clínicas.

“Eu examinei o prontuário dela e os exames que foram feitos. Ela está ótima, não tem falta de ar agora e não tem febre. Os exames clínicos e laboratoriais estão todos normais”, explicou o professor de infectologia da Universidade de São Paulo (USP) Benedito Antônio Lopes da Fonseca, em coletiva concedida na tarde desta sexta-feira, 28.

Amostras retiradas da paciente foram encaminhadas para o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo.  Contudo, o professor comentou que exames que costumavam ficar prontos no mesmo dia, estão demorando um pouco mais, por conta da alta demanda.  Com isso, os resultados devem ser divulgados na próxima semana.

Apesar da apreensão, Fonseca garante que não há motivo para pânico, nem procedimentos de quarenta ou ações semelhantes. “Se ela tiver uma melhora clínica, terá alta entre hoje e amanhã, mas ficará em isolamento domiciliar”, disse.

O especialista explicou que, normalmente, o período de incubação do vírus varia de três a cinco dias, mas em alguns casos, pode chegar a 14 dias. Já os quadros de pneumonia, os mais graves, costumam aparecer, para uma minoria, entre a segunda e a terceira semana após a contaminação.

O Hospital das Clínicas também confirmou que a evolução do quadro de saúde da família da idosa será observada. Contudo, quem realiza este levantamento é a Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde municipal, que, até o momento, ainda não confirmou a quantidade de pessoas que a paciente teve contato.

Em todo o Estado de São Paulo, caiu de 85 para 66 casos suspeitos do novo coronavírus nesta sexta-feira, 28. Além de Ribeirão, há dois casos suspeitos em Franca. Em todo o Brasil, são 132 casos investigados. Há apenas um caso confirmado no País, morador da capital paulista, que foi atendido na rede particular e está isolamento em casa. 

Primeiro caso

A Secretaria Municipal da Saúde informou que foi notificado, na quinta-feira, 27, o primeiro caso suspeito de infecção pelo coronavírus em Ribeirão Preto, por uma unidade de saúde privada.

Segundo a nota, se trata de um paciente de 42 anos, do sexo masculino, que foi pra Itália, onde esteve a trabalho por 30 dias. O paciente está em isolamento domiciliar e passa bem, disse a secretaria. 

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Mortalidade baixa

Vale ressaltar, que a taxa de mortalidade do vírus é baixa, de cerca de 3,4%. Sendo de 3,5% na China e de 1,5% no restante do mundo. Até a tarde desta sexta-feira, 28, das cerca de 83 mil pessoas infectadas em todo o mundo, 2,8 mil vieram a óbito.

Foram 78 mil casos confirmados na China, e 2,7 mil mortes. E 5 mil casos no restante do mundo, com 79 mortes. Desse total, 36 mil já estão totalmente curadas, segundo dados da universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos.

Etiqueta respiratória

O infectologista da USP explica que o uso de máscaras não é necessário no País. O ideal, segundo ele é seguir a “etiqueta respiratória”. Ao espirrar, não utilizar as mãos para parar o espirro, mas o braço ou a manga da camisa. E é recomendo realizar a higienização das mãos corretamente, até a altura dos cotovelos.

“Com álcool gel ou água e sabão. Porque esse vírus tem uma partícula protetora que é gordurosa. Então, qualquer detergente quebra esse vírus”, disse o especialista. O vírus ainda permanece por algumas horas em objetos atingidos por gotículas ou pelo aerosol, por isso, é necessário sempre higienizar as mãos, mesmo quando não há contato direto com infectados.


Foto: Paulo Apolinário

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