Prefeitura de Ribeirão Preto vai pedir revisão ao estado e cidade segue na Fase Amarela

Prefeitura de Ribeirão Preto vai pedir revisão ao estado e cidade segue na Fase Amarela

Duarte Nogueira diz, em entrevista coletiva, que vai solicitar uma revisão da avaliação do comitê estadual que rebaixou a região

* Matéria atualizada às 19h15 de sexta-feira, 4.

A Prefeitura de Ribeirão Preto anunciou, na tarde desta sexta-feira, 4, que vai pedir uma revisão ao Governo Estadual sobre o rebaixamento da DRS XIII para Fase Laranja do Plano São Paulo.

Segundo o prefeito Duarte Nogueira (PSDB), será pedida a revisão dos indicadores apontados pelo comitê estadual. Caso a revisão mantenha a região na Fase Laranja, Nogueira disse que acionará a Justiça. Com isso, a prefeitura também anunciou que Ribeirão Preto vai continuar na Fase Amarela até o próximo dia útil, a terça-feira, 8 de setembro.

O prefeito e o secretário de Saúde, Sandro Scarpelini, afirmaram que já entraram em contato com o governo do Estado, por meio do secretário de secretário de Desenvolvimento Regional, Marcos Vinholi. De acordo com Scarpelini, o principal ponto que será debatido com o Estado é o indicador do número de óbitos.

"O secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Antônio Vinholi, recebeu da minha parte uma argumentação para requerer a revisão da ida de Ribeirão Preto para a Fase Laranja. Nós queremos permanecer naquela Fase que, de fato, a coerência nos coloca. Não por desejar estar, mas pelos critérios técnicos, científicos, lógicos e objetivos. E, paralelamente, nós estamos judicializando com os mesmos elementos técnicos para que, não havendo uma manifestação favorável a nossa cidade, tenhamos que a Justiça possa fazer justiça", pontou Nogueira.Questionado sobre uma possível negativa do Estado, o prefeito garantiu ter "convicção" de uma resposta favorável.

Segundo a atualização desta sexta-feira do Plano São Paulo, o indicador que "puxou" a região para a Fase Laranja foi o número de óbitos. Por outro lado, o número de leitos se manteve estável na categoria "Verde". Sendo, inclusive, o melhor indicador da região no momento. O número de novos casos e internações segue no "Amarelo".

De acordo com dados do Estado, houve um aumento de 48% no número de óbitos em relação a última semana. Esse indicador, todavia, tem "peso 1" no diagnóstico de cada região. O número de leitos disponíveis, por exemplo, tem peso 3. 

"Sabemos que algumas pessoas demoram até um mês e meio para evoluir ao óbito. Acontece que no Plano São Paulo, eles pegaram os óbitos que ocorreram na última semana, com um agravante: na semana passada, o sistema do Ministério da Saúde ficou caído por quase quatro dias, e a gente não conseguia notifica nenhuma morte. Quando ele voltou, subimos vários óbitos e isso impactou. Nós olhamos os óbitos por mês de início dos sintomas. Isso representa quando a pessoa ficou doente e não quando ela morreu. Se, por milagre, a Covid acabasse hoje, daqui a dois meses ainda teríamos mortes.", explicou Scarpelini.

Rebaixamento

A região da Direção Regional de Saúde (DRS) XIII, que contempla Ribeirão Preto e outros 25 municípios, foi a única do Estado de São Paulo que regrediu no Plano São Paulo, segundo anúncio feito nesta sexta-feira, 4, pelo Governo do Estado de São Paulo. Com isso, bares, restaurantes, academias e salões de beleza deveriam fechar as portas a partir de segunda-feira, 7. Os principais indicadores que forçaram o retorno a uma fase mais rígida foram o número de óbitos e novos casos, que seguem altos, o que será contestado pela Prefeitura de Ribeirão.

Leitos

O prefeito Duarte Nogueira e o secretário de Saúde chamaram de "fake news" (notícias falsas) as mensagens que circulam nas redes sociais sobre a redução de leitos no município ter sido a responsável pelo rebaixamento. Scarpelini explicou que a redução de leitos se deu em hospitais da rede privada.

No dia 3 de agosto, o município possuía 237 leitos de UTI para Covid e 275 de enfermaria, incluindo hospitais públicos e privados. Naquela data, a ocupação na UTI era de 80%. Segundo a plataforma LeitosCovid.org, atualizada em tempo real, a quantidade de leitos de UTI caiu para 219 e a de enfermaria para 263. Uma redução de 30 leitos. 

Ainda de acordo com a LeitosCovid, dos 237 leitos de UTI, 121 eram públicos no início de agosto, subindo para 122 no início de setembro. Os leitos de UTI diminuíram, em sua maioria, nos hospitais particulares, que costumam alterar a quantidade de leitos de acordo com a demanda, ora aumentando, ora diminuindo.

Apesar disso, a taxa de ocupação se mantém estável. Até às 11h desta sexta-feira, a ocupação era de 68,5%. Sendo, 73,9% para leitos de UTI e 63,2% nos leitos de enfermaria. Números que mantém esse indicador na categoria "Verde". Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, redução ocorreu devido a baixa de pacientes no setor de terapia intensiva. 


Foto: Paulo Apolinário

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