Promotoria entra com ação contra decreto que flexibilizou Plano SP em Ribeirão Preto

Promotoria entra com ação contra decreto que flexibilizou Plano SP em Ribeirão Preto

Ação requer concessão de liminar para suspensão do texto que aumentou horário de funcionamento do comércio e serviços, a partir de segunda-feira, 16

A Promotoria de Justiça da Saúde Pública de Ribeirão Preto ajuizou uma ação civil pública contra o município para pedir a suspensão do decreto que determinou a flexibilização do Plano São Paulo, apesar de Ribeirão Preto continuar classificado na fase amarela

Por meio do Decreto nº 284, publicado no dia 16 de novembro de 2020, o prefeito Duarte Nogueira (PSDB) autorizou o funcionamento de todas as atividades sem limitação de horários e com 60% da capacidade de público.

Segundo o Ministério Púbico, essa decisão contraria as regras do Plano São Paulo, que estabelece limite de dez horas de funcionamento, com 40% da capacidade, em localidades enquadradas na fase amarela.

"Além desta iniciativa, o promotor determinou a instauração de inquérito civil para apuração de ato de improbidade administrativa e a remessa de cópias à Procuradoria-Geral de Justiça para apuração de responsabilidade criminal, tendo em vista que esta não é a primeira desobediência do Poder Executivo de Ribeirão Preto ao Plano São Paulo. Em outra oportunidade, a Justiça já havia determinado a suspensão de outro decreto do assinado pelo prefeito", informou o MPSP em nota. 

A ação, de número 1038783-83.2020.8.26.0506, foi distribuída à 2ª Vara da Fazenda Pública no dia 17, dia seguinte da publicação do decreto, e aguarda a apreciação do pedido de tutela de urgência.

Por meio de nota, a Secretaria de Negócios Jurídicos da Prefeitura de Ribeirão Preto informou que ainda não foi citada da ação.

Flexibilização

A flexibilização ocorreu, segundo o governo municipal, em decorrência da proximidade das festividades de final do ano. O objetivo da prefeitura é diluir o fluxo consumidores com maior período de atendimento, de forma a se evitar aglomerações e contágio.

Todos os serviços e estabelecimentos comerciais voltaram a funcionar em seus horários normais de acordo com o estabelecido em seus alvarás de funcionamento. 

Também será permitido a ocupação de 60% da capacidade dos espaços dos estabelecimentos. "Reiteramos que todas as atividades que provoquem aglomeração continuam proibidas, assim como reafirmamos a necessidade das medidas de prevenção, como o uso constante de máscaras e a higienização das mãos", disse a prefeitura. 

Confira as principais mudanças:

As regras são válidas para o comércio em geral, shoppings, galerias, bares, restaurantes, salões de beleza, academias, cinemas, teatros, casas de shows, bibliotecas, entre outros.

- Fica suspensa a limitação de horário;
- Porém, o consumo local em bares, restaurantes e similares fica limitado até às 23h;
- A lotação máxima sobe para 60% da permitida em alvará;
- Fica autorizado o “Horário de Funcionamento Especial de Final de Ano” 
- Todas as medidas sanitárias, de higienização, de distanciamento social, bem como o uso obrigatório de máscara, seguem obrigatórias

Plano São Paulo e restrições

Na segunda-feira, 15, o Governo Estadual divulgou que a atualização do Plano São Paulo foi adiada para o dia 30 de novembro por conta da pane no sistema de registrados de dados de óbitos durante a última semana. "Pelos indicadores disponíveis, a maioria [das regiões de São Paulo] seria promovida para a fase verde. Porém, indicadores de leitos de UTI e internações, sob responsabilidade do governo de São Paulo, cresceram em relação à semana anterior. O momento requer precaução para uma análise mais completa. Cautela e cuidado", disse o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

Já nessa quinta-feira, 19, o governo estadual anunciou que, por conta da alta de 18% na curva de internações por Covid-19 no Estado de São Paulo, suspenderá na rede os novos agendamentos de cirurgias eletivas de outras doenças, que são os casos não são considerados emergenciais. O decreto também determina que hospitais da rede pública e privada não desmontem leitos dedicados ao tratamento de paciente com Covid-19.

Em Ribeirão Preto, segundo a plataforma LeitosCovid-19, são 294 leitos exclusivos para o tratamento da doença hoje, entre UTIs e enfermarias de todos os hospitais da cidade. De acordo com o decreto estadual, esse número não deve diminuir pois, segundo o governo, o decreto vale para todos os hospitais públicos, filantrópicos e privados e para leitos de UTI ou enfermaria voltados para o atendimento de Covid.

"A elevação da curva de internações promove a necessidade de medidas estratégicas. Dessa maneira, o governo assina hoje [quinta-feira,19] um decreto que determina a todos os hospitais públicos, filantrópicos e privados a não desmobilização de qualquer leito, seja ele de UTI ou de enfermaria, voltados para o atendimento do Covid-19. Assim como a não realização de novos agendamentos de cirurgias eletivas, para que dessa forma possamos garantir leitos para todos os pacientes com Covid", disse o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, durante coletiva de imprensa nessa quinta. 

Outra mudança anunciada foi a volta da reclassificação do Plano São Paulo a cada 14 dias. O governo havia transformado a reavaliação em mensal, mas agora voltará atrás por conta de uma possível alta geral de casos e internações no estado.

 


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