Região de Ribeirão Preto é a terceira com o maior número de internações em todo o estado

Região de Ribeirão Preto é a terceira com o maior número de internações em todo o estado

Dados divulgados pelo Governo do Estado de São Paulo mostram que número de óbitos e internações são os piores indicadores da região

Nesta quarta-feira, 10, o Governo do Estado de São Paulo anunciou que a Direção Regional de Saúde (DRS) XIII, que engloba Ribeirão Preto e outros 25 municípios, deverá retroceder nas medidas de isolamento social e fechar estabelecimentos não essenciais a partir da próxima segunda-feira, 15, até o dia 28 de junho. Segundo o governo estadual, desde abril, as projeções já apontavam que a contaminação estava mais acelerada no interior do que na capital. 

Dentre os piores indicadores da região estão o número de internações e a quantidade de óbitos. Na média estadual dos últimos sete dias, houve redução na taxa de ocupação de leitos de terapia intensiva de 72,6% para 69,1%, além de aumento na média de vagas por cem mil habitantes de 15,4 para 18,1. No mesmo período, o total de casos e mortes teve quedas reduzidas, de 1% e 3% respectivamente, mas as internações pela doença subiram 7%.

“Nosso desafio é estar um passo à frente da pandemia, temos que garantir atendimento a todos. São Paulo se preparou profissionalmente e tecnicamente para enfrentar a pandemia”, afirmou o governador João Doria (PSDB). “Estamos salvando cerca de 40 vidas por hora e evitando a contaminação de dez pessoas por minuto. O Plano São Paulo é um GPS que nos guia, orientado pela medicina e com a contribuição do setor econômico para sairmos da crise com previsibilidade, segurança e o maior número possível de vidas salvas”, disse Doria.

Indicadores

A variação de novas internações na região de Ribeirão Preto só ficou atrás das encontradas nas regiões de Barretos e Presidente Prudente. Já nos óbitos nos últimos sete dias, a cidade ficou atrás de São João da Boa Vista, Araçatuba e Marília. 

O critério que avalia a evolução da pandemia, que contempla a variação de casos, de internações e de óbitos, foi o responsável por fazer com que a região retrocedesse. Ele foi avaliado na Faixa Vermelha. 

Já a capacidade hospitalar, que engloba a ocupação de leitos e a quantidade de leitos por 100 mil habitantes, ficou na Faixa Verde. A variação de novos casos confirmados da doença está na Faixa Amarela, enquanto a ocupação de leitos e o número de leitos por 100 mil habitantes está na Faixa Verde.

No momento, segundo dados estaduais, a taxa de ocupação é de 60% na região de Ribeirão Preto. Lembrando que, a avaliação do governo do Estado segue a seguinte ordem, do pior para o melhor cenário: Vermelho, Laranja, Amarelo, Verde e Azul.

Isolamento

Desde o domingo, 31 de maio, último dia antes da flexibilização, o índice de isolamento na cidade não passou dos 50%. Sendo, 54% no dia 31, e uma variação entre 44% e 48% nos dias seguintes.

Outras cidades que compõe a DRS XIII apresentaram resultados semelhantes. Sertãozinho, desde o dia 12 de maio se mantém abaixo dos 50%. Ultrapassando esse número somente em três ocasiões, todas aos domingos. Jaboticabal, após a flexibilização, flutuou entre 43% e 45% da população nas ruas durante a semana e 50% aos finais de semana.

Retrocesso

Em anúncio sobre a nova fase do Plano São Paulo, no início da tarde desta quarta-feira, 10, o governo do estado anunciou que Ribeirão Preto terá de voltar para a primeira fase, a vermelha, e fechar novamente o comércio considerado não essencial, imobiliárias, concessionárias e escritórios. Portanto, estabelecimentos que estavam autorizados a reabrir, com restrições, desde o último dia 1º, terão de voltar a fechar as portas nos 26 municípios que fazem parte da Diretoria Regional de Saúde XIII (DRS).

As cidades são:

Altinópolis; Barrinha; Batatais; Brodowski; Cajuru; Cássia Dos Coqueiros; Cravinhos; Dumont; Guariba; Guatapará; Jaboticabal; Jardinópolis; Luís Antônio; Monte Alto; Pitangueiras; Pontal; Pradópolis; Ribeirão Preto; Santa Cruz Da Esperança; Santa Rita Do Passa Quatro; Santa Rosa De Viterbo; Santo Antônio Da Alegria; São Simão; Serra Azul; Serrana; Sertãozinho.

Segundo a secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, Patrícia Ellen, além da região de Ribeirão Preto, apenas as regiões de Barretos e Presidente Prudente retrocederam no plano e voltaram para a fase vermelha, de uma quarentena mais restritiva, que vai até o dia 28 de junho. Todas as outras DRS do estado estão, a partir da próxima segunda-feira, 15, na fase 2, a laranja. 

Comércio

Em nota, o Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto e Região (Sincovarp) e a Câmara de Dirigentes Lojistas  (CDL), lamentaram o retorno para a Fase Vermelha e declararam que continuarão trabalhando na "construção de soluções para que a cidade volte à classificação laranja e continue evoluindo até a reabertura total".

Afirmam, ainda, o reposicionamento da campanha de conscientização, lançada no último fim de semana, para o mote “Proteja vidas e ajude Ribeirão a seguir em frente!”.

“Seja trabalhando no Grupo de Transição e Retomada onde representamos o Comércio Varejista, na campanha de conscientização junto com entidades parceiras seja realizando ações práticas para ajudar a alavancar vendas no setor lojista, não vamos desistir! E a população precisa ajudar também!”, afirma Paulo César Garcia Lopes, presidente do Sincovarp e da CDL.

A Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) manifestou seu descontentamento com o governo do Estado no que diz respeito a transparência dos dados e critérios que basearam a decisão, uma vez que regiões com piores números tiveram a classificação mantida, enquanto a cidade de Ribeirão Preto foi rebaixada."A Acirp entende que os comerciantes cumpriram com seu papel na reabertura, respeitando todos protocolos sanitários determinados, e segue defendendo que seja realizada uma comunicação clara e antecipada de indicadores evolutivos para que o plano proposto pelo governo do Estado seja de fato efetivo."

"Comunicações como a realizada nesta quarta-feira, 10, pegam desprevenidos milhares de empreendedores que, quando da decisão pela reabertura, se viram obrigados a resgatar o relacionamento com seus fornecedores, investir na adequação aos protocolos sanitários e redefinir relações trabalhistas. Reforçamos mais uma vez o compromisso da Acirp com a preservação da vida e nossa preocupação com a gravidade da doença e de toda a situação que dela decorre. É evidente que todos precisam contribuir com o controle da pandemia como é evidente a necessidade de haver mais transparência e coerência nas decisões impostas pelo governo estadual."


Foto: Luan Porto

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