Sincovarp discorda de redução no horário de funcionamento do comércio na região
Sindicato pede "bom senso" e diz que, com menos tempo de funcionamento, a concentração de pessoas acaba sendo maior; plano diz que limite nas lojas tem de ser de 40%
Além da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp), que alegou discordar das medidas anunciadas pelo estado para conter pandemia na região de RP, o Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto (Sincovarp) e a Câmara de Dirigentes Lojistas Ribeirão (CDL) também divulgaram comunicado para criticar a decisão do governo do estado de São Paulo de regredir a região de Ribeirão Preto para a fase laranja do Plano São Paulo. O rebaixamento aconteceu porque a região atingiu índice de 70,9% de ocupação de UTIs Covid. Segundo as regras do Plano SP, acima de 70%, já coloca a região na fase mais restritiva.
Na nota enviada à imprensa, o Sincovarp argumenta que, sabendo que o número de leitos de UTI Covid-19 na DRS XIII será ampliado nos próximos dias o governo estadual poderia ter mantido Ribeirão Preto e região na fase amarela do Plano São Paulo, "de forma a evitar ainda mais prejuízos ao setor produtivo, em especial, ao Comércio Varejista, ao segmento de Restaurantes, bares e similares, e ao segmento de lojas de conveniência em postos de combustíveis, entre outros", diz a nota.
Durante a coletiva de imprensa no início da tarde desta sexta-feira, 15, a secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado, Patrícia Ellen, disse que o governo não se submete a pressões econômicas. "Não nos submetemos a pressões econômicas. Cada setor pode recorrer [na Justiça]. Ganhamos todas ações porque seguimos à risca um plano. O Centro de Contingência pode trazer recomendações, mas precisamos aplicar seguindo a lei", disse.
O Sincovarp ainda argumentou que, discorda da restrição de horário de funcionamento como forma de conter a disseminação do coronavírus. "Ao contrário disso, já está provado tecnicamente que, com menos tempo de funcionamento, a concentração de pessoas acaba sendo maior. É preciso bom senso nesse detalhe!"
"Levando em conta que Ribeirão Preto já teve mais de 200 leitos de UTI Covid-19 na fase mais aguda da pandemia, nossa expectativa é de que a ampliação anunciada agora seja suficiente para atender à demanda e também para recompormos, de forma ágil e sempre que necessário, o número de leitos de UTI que já tivemos ao longo da primeira onda. Esse é um aspecto crucial para o efetivo equilíbrio entre proteger vidas e manter a atividade econômica", complementa o Sincovarp.
Por fim, a nota destaca que o comércio varejista vem cumprindo à risca todos os protocolos de combate e prevenção ao Covid-19, e incentivando consumidores a fazerem o mesmo.
Nesta sexta-feira, 15, Ribeirão Preto ultrapassou as mil mortes por covid-19. Já são 2.752 casos confirmados da doença até agora. No município, dos 134 leitos de UTI covid-19 disponíveis, 104 estão sendo usados nesta sexta. Com isso a taxa de ocupação está em 77,61%. São 77 respiradores em uso. Nas enfermarias, são 165 vagas disponíveis e 116 em uso, com taxa de 70,30%.
Foto: Luan Porto/ Arquivo Revide
