Vereador defende o uso da azitromicina em Ribeirão Preto
Vereador, que também é médico, criticou o uso da cloroquina e irvemectina

Vereador defende o uso da azitromicina em Ribeirão Preto

Luciano Mega (PDT) esclarece que medicamento não trata, diretamente, da Covid-19 –que ainda não possuí cura comprovada–, mas atua nas infecções causadas pela doença

Foi protocolado nesta segunda-feira, 3, na Câmara Municipal dos Vereadores de Ribeirão Preto, uma indicação para o uso do medicamento azitromicina na relação de medicamentos essenciais durante o período da pandemia do novo coronavírus. A azitromicina é um antibiótico utilizado para conter infecções bacterianas, não sendo utilizada, portanto, para combater coronavírus diretamente.

Segundo o autor da indicação, o vereador Luciano Mega (PDT), a medicação tem o intuito de auxiliar no tratamento de infecções secundárias causadas pela doença. O medicamento também é recomendado para pacientes que tenham alergia à amoxicilina, outro antibiótico utilizado no tratamento.

Mega, que também é médico, alerta que o medicamento não pode ser considerado uma "cura" para a Covid-19, apenas mais um tratamento para complicações causadas pela doença. Inclusive, o parlamentar repudia o uso da cloroquina e da ivermectina. "É uma vergonha quem se considera médico e fala em cloroquina e irvemectina", criticou Mega.

O parlamentar acrescenta que, caso a azitromicina seja receitada, ela não exclui a utilização de máscara e todos os demais cuidados. "O mais importante continua sendo usar a máscara, álcool em gel e o distanciamento social", acrescenta. A indicação não precisa ser respondida formalmente pelo Executivo, podendo ser considerada ou não.

Executivo

Em entrevista ao Portal Revide na última segunda-feira, o secretário de Saúde, Sandro Scarpelini explicou que não recomenda o uso de medicamentos como a cloroquina por ainda não apresentarem comprovação científica de sua eficácia.

"Veja bem, ciência não tem lugar para paixão e nem política. Ciência é ciência. Ninguém está proibido de prescrever droga nenhuma. Porque prescrever remédios é uma autonomia do médico, não posso nem o proibir e nem o obrigar a isso", comentou.

O secretário acrescentou que para um administrador publico fazer um protocolo para a utilização de um medicamento, ele precisa ter evidências fortes. "Não pode ser achismo, achismo é política. Se você for na porta da UPA vai ver que a maior parte dos pacientes estão saindo com o medicamento que tem sido propagandeado. Mas isso é uma escolha do médico e de seu paciente, e ele responderá caso algo dê errado", declarou Scarpelini.

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Foto: Câmara Ribeirão Preto

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