Aposentado de 96 anos contará histórias em encontro de Ribeirão Preto
O evento acontecerá neste sábado, 24, no Núcleo de Contadores de Histórias da Fundação do Livro e Leitura

Aposentado de 96 anos contará histórias em encontro de Ribeirão Preto

Sebastião Inácio Faria viaja o Brasil para falar sobre as experiências que vivenciou durante a infância e a vida adulta

Depois de 14 filhos, 42 netos e 22 bisnetos, o aposentado Sebastião Inácio Faria, de 96 anos de idade, que mora em Morro Agudo, na Região Metropolitana de Ribeirão Preto, acredita que mais pessoas podem ouvir sobre as histórias que viveu na fazenda e os causos que foram transmitidos pela família ao longo de gerações. Tanto, que ele viaja o Brasil para poder falar desses relatos.  

E neste sábado, 24, entre às 9h e às 12h, Sebastião estará no encontro do Núcleo de Contadores de Histórias da Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto, onde as pessoas poderão conferir o repertório vasto de histórias, que falam sobre futebol e lembranças da Revolução Constitucionalista de 1932.

 “A gente conta as histórias vindas dos meus avós. Falo sobre Lampião, sobre quem ouvi algumas coisas, e também sobre futebol, sobre as copas, desde 1930”, lembra o aposentado, que ainda tem disposição para vender geleias na cidade em que vive.

Sebastião, ainda, guarda lembranças de quando tinha apenas sete anos de idade. Nessa época, ele ia pegar lenha no pasto com a avó. Enquanto ela recolhia a madeira, ele ficava de olho nos perigos, como o possível ataque de uma vaca que morria de medo.

“Eu me lembro de quando saía com a minha vó, eu era muito chegado a ela. Íamos buscar lenha no pasto que tinha uma vaca muito brava. Eu ficava de olho nela”, relata.

Outra história que causou aflição ao aposentado, que aconteceu quando ele já tinha 10 anos de idade, foi em meio à Revolução Constitucionalista de 1932, que colocou paulistas em disputa contra as tropas do ditador Getúlio Vargas.

O idoso vivia em uma fazenda em São Sebastião do Paraíso, no interior de Minas Gerais. Ele se recorda que, ainda garoto, junto com as crianças que também viviam no local, foram chamados para ajudar a procurar um opositor do Governo, que era justamente o dono da fazenda.

Outra história da Revolução que Sebastião conta é de quando as tropas solicitaram que a família se retirasse das proximidades de uma linha-ferroviária, pois o local era próximo de uma trincheira que seria utilizada no conflito. “Era uma aflição. Tínhamos que nos esconder no mato, até que descobrimos que eles não queriam nada com o povo da fazenda”, completa.

Os interessados em ouvir mais sobre as histórias de seu Sebastião poderão vivenciá-las na Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto, que fica na Rua Prof. Mariano Siqueira, 81, no Jardim América. A atividade é aberta ao público e gratuita.


Foto: Arquivo pessoal

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