Mia Couto lota Theatro em conferência e esgota ingressos das sessões de autógrafos
Foto: Sté Frateschi / Fundação do Livro e Leitura

Mia Couto lota Theatro em conferência e esgota ingressos das sessões de autógrafos

O autor recebeu fãs de diversos lugares para o momento intimista

A noite de quarta-feira, 16 de agosto, foi marcante para os fãs do autor moçambicano Mia Couto, que esteve no palco do Theatro Pedro II pela primeira vez. Esta é a terceira participação do autor na Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto, sendo a primeira presencial. As outras duas foram virtuais, devido à pandemia. 



 

Mia Couto, tem mais de 30 livros publicados, participou de um bate papo intermediado pela também escritora Aline Bei, que participou nesta quinta-feira, 17 de agosto, do Combinando Palavras e do Salão de Ideias. Durante a sessão, ele contou um pouco sobre o processo de escrita dos seus livros, de onde surgiu seu nome, Mia e de como a cultura brasileira influencia sua vida e escrita. 



 

SESSÃO DE AUTÓGRAFOS



 

Duas sessões de autógrafos foram realizadas para atender aos fãs de Mia Couto: uma no período da manhã e outra no período da tarde. Teve quem veio de fora e chegou às 8h30 da manhã e teve quem perdeu a retirada de senhas do primeiro horário e ficou de prontidão para a distribuição do período da tarde, como a estudante Jheniffer Oliveira, de 18 anos. Ela que conheceu a obra do autor estudando para o vestibular, estava ansiosa para o encontro. "Eu acho a escrita dele muito poética, com a fantasia bem descrita, gostosa de ler", disse a estudante de química, que queria falar para o autor o quanto o admira. 



 

No período da manhã, a expectativa estava alta por parte da Rebeca Cauchick, que conhece Mia há seis anos. A professora, que estava se sentindo sortuda por poder encontrar o autor favorito, diz que ele tem uma escrita peculiar no trato com as palavras, ao mesmo tempo em que encanta as pessoas. Ao sair da sessão, ela estava em êxtase. "Eu estou apaixonada ainda mais, que doçura, que encanto… E ele me elogiou, disse que eu sou fantástica". A professora e estudante de jornalismo estava acompanhada do pai, Rodrigo Miguel, que nunca leu o autor, mas que faz questão de acompanhar a filha. "Não é questão de ser fã ou não do Mia Couto, sei apreciá-lo como grande escritor, mas eu estou vindo para prestigiar minha filha, que tem toda uma história de evolução através da escrita referente à questão deste autor consagrado entre os grandes nomes da literatura.", contou Rodrigo.



 

A Delcira Soares, que acompanha o Mia desde 2013, chegou na fila para retirar o ingresso às 8 da manhã. Ela é fã de carteirinha e vai em todos os eventos quando o autor está no Brasil. "Eu vim de Minas Gerais para vê-lo ontem e hoje, sempre que ele vem ao Brasil eu o acompanho. Ele diz que "nenhuma palavra acompanha o mundo, mesmo assim eu escrevo", mas eu discordo porque a palavra dele alcança o mundo", disse ela. 



 

Antes da Feira, a Vanessa Benko, fã do autor, contou que estava bastante empolgada para tentar o encontro e o autógrafo. E, além dela conseguir, disse que superou todas as expectativas. "Foi como tornar palpável a experiência da leitura. Todo o encantamento que as possibilidades de mundos e culturas nos oferecem se tornou ainda mais vibrante. O autor foi muito simpático em todos os eventos, e trouxe colocações muito pontuais sobre temas pertinentes à literatura. Esses encontros, proporcionados pela qualidade da organização, nos faz sentir que vale a pena continuar investigando esse mundo dos livros, que nos humaniza em todos os aspectos.", finalizou.



 

Outro fã que veio de longe para ver o autor é o Professor Emérito da USP, João Pedro da Fonseca: saiu de São Paulo para completar as comemorações de seus 80 anos conhecendo Mia Couto. João acompanha o escritor há 9 anos e veio pela primeira vez à Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto. "Hoje, está faltando muito os humanismos e eu vejo muito no Mia os ensinamentos de São Francisco, pois ele fala muito sobre a fraternidade universal e cósmica. Todos somos um.", declarou o professor.

 

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