As obras preferidas da Eny

As obras preferidas da Eny

Em entrevista concedida à amiga, a igualmente artista Fabiana Salomão, Eny Aliperi comenta sobre suas obras preferidas

Eny Apliperdi, artista visual com reconhecida história e contribuição para o cenário das artes em Ribeirão Preto, atuante na produção e formação de artistas há mais de 30 anos, é a entrevistada da semana na edição impressa 779 da Revide.

Leia aqui: Uma artista plural
Em entrevista concedida à amiga, a igualmente artista Fabiana Salomão, Eny Aliperi comenta sobre suas obras preferidas: “Venho do aprendizado da pintura, do desenho, mas rompi com ele, passei um tempo de mal do desenho e comecei a fazer tramas com panos que ficavam no ateliê, sobras das aulas, que para mim representavam a marca deixada por cada pessoa que passa por nós, ainda que rapidamente”, explica a artista.

Eny fez as tramas, ‘esse tecido, que representa a vida’ e depois partiu para as ‘caixas pretas’, um trabalho feito em formato de caixa de sapato que mostra como o ser humano se engana com relação ao seu tamanho diante do universo. “Na exposição a foto ampliada na parede parece um lugar que existe e depois você vê que não passa de um cenário de uma caixa de sapato. Trata-se de uma brincadeira que fez muita gente pensar e se ver de outra forma”, conta.

Em outra série, durante três anos, a artista fotografou cruzes na beira de estradas, algo que considera singelo, ingênuo, mas de um significado profundo. “Às vezes você está em uma estrada e ela acaba, termina ali a sua história... Imprimi essas imagens em madeira e fiz a exposição toda com elas encostadas e acumuladas nas paredes, assim como as cruzes, essas memórias que vão sendo retiradas, perdidas com o progresso”, sentencia a artista.

A última série, ainda em produção, nasceu de uma noite de insônia quando ligou a televisão e como a máquina fotográfica estava por perto começou a fazer fotos do filme que passava. “Estou pintando exatamente como se fosse a foto tirada e estou muito envolvida com esse trabalho. Preciso desse tempo que a pintura requer de você. Tempo, aliás, é o que ele representa, esse tempo da noite que é muito diferente da correria do dia, esse tempo silencioso, que parece passar mais devagar. É um trabalho significativo porque representa meu retorno à pintura”, completa Eny.

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Yara Racy
Foto: Julio Sian
Vídeo: Bruno Silva

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