Donos de postos em Ribeirão afirmam que trabalham abaixo da margem de lucro ideal
Presidente do Sincopetro diz que valores praticados em Ribeirão Preto estão dentro da dinâmica de mercado
Enquanto os motoristas de Ribeirão Preto reclamam do alto valor cobrado pela gasolina e etanol no município – tem posto vendendo a R$ 4,35 o litro - os donos de postos de combustíveis também reclamam. A principal queixa são as baixas margens de lucro, mas vereador contesta, e quer que Procon fiscalize os locais.
Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sincopetro) de Ribeirão Preto, Osvaldo Manaia, as margens praticadas pelos postos no município estão abaixo das ideais para o mercado.
Ele apresentou recibos de preços de três distribuidoras emitidos no último dia 20 de novembro. A Raízen apontava preços de custo do litro do etanol de R$ 2,33, R$ 3,08 do óleo diesel e R$ 3,56 da gasolina. A Ipiranga Petróleo apresentou os valores de R$ 2,34 para o litro do etanol e R$ 3,66 para a gasolina, e a Petrobras cobrando 2,33, pelo litro do etanol.
O presidente do Sincopetro aponta que esses valores já estão defasados, já que a Petrobras reajustou o valor nesta sexta-feira, 24, em 1,9%, e lembra, também, que não leva em consideração o preço de custo e da mão-de-obra, que encarece ainda mais o produto – um aumento de aproximadamente 5 centavos.
“A margem de 50 centavos seria a ideal para o mercado. Mas, isso não dá mais para se fazer em Ribeirão Preto. Nossa margem praticada hoje em dia gira em torno de 40 e 45 centavos. Mesmo não sendo a ideal, o mercado é assim mesmo”, comenta Manaia.
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Motoristas realizam manifestação contra o preço dos combustíveis nesta sexta-feira, 24
Enquanto isso, tem gente que contesta os valores cobrados pelos combustíveis em Ribeirão Preto. Motoristas planejam uma manifestação para esta sexta-feira, 24. Já o vereador Isaac Antunes (PR) protocolou um requerimento no Procon questionando os preços. Ele aponta que em outros municípios o valor dos combustíveis são mais em conta, e pede para que o órgão se manifeste.
“Fizemos alguns levantamentos e pegamos decisões na justiça sobre a questão, em que o valor cobrado pelo etanol caiu até 10%, como ocorreu em Goiânia após determinação judicial. Embasado nisso, pedimos para o Procon levantar o mercado em Ribeirão Preto”, explicou o vereador, que afirma que estuda a criação de uma Comissão Especial de Estudos (CEE) ou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para questionar donos de postos e representantes de distribuidoras e refinarias a base de custo dos combustíveis.
Manaia diz que os preços praticados em Ribeirão Preto estão dentro das possibilidades dos postos. “Ele pega o preço mais alto em Ribeirão Preto e o de São Carlos, que é o mesmo da distribuidora. O erro não está em Ribeirão Preto. Só que ele [o vereador] não coloca no intuito de consertar a situação, mas de fazer palanque para eles”, comenta.
Foto: Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas
