Ribeirão Preto é a 16ª cidade do Brasil com o maior potencial de consumo
Ribeirão Preto subiu cinco posições no ranking de potencial econômico nacional

Ribeirão Preto é a 16ª cidade do Brasil com o maior potencial de consumo

No aniversário de 163 anos do município, Portal Revide lista conquistas e desafios do município na área econômica

Ribeirão Preto é a 16ª cidade do Brasil com o maior potencial de consumo neste ano. As famílias da cidade deverão movimentar R$ 27,12 bilhões na economia até o final de 2019, um avanço de 28% em comparação ao ano, que coloca a cidade como a quarta com maior potencial econômico do Estado de São Paulo, segundo o levantamento IPC Maps.

No ano em que comemora 163 anos de história, o município alcançou uma das melhores posições no ranking nacional do estudo, e subiu cinco colocações em relação a 2018, quando estava em 21º lugar, com um potencial econômico de R$ 21,10 bilhões em consumo das famílias. "Houve migração social positiva em Ribeirão Preto, com deslocamento de domicílios da base da pirâmide social para as classes mais altas. Esse processo permitiu crescimento do potencial de consumo do município entre 2018 e 2019. O resultado de Ribeirão sem dúvida, é muito positivo, pois chama atenção de empresas interessadas em mercado de consumo em ascensão", disse o responsável pelo estudo, Marcos Pazzini.

Publicado anualmente pela IPC Marketing Editora, empresa que utiliza metodologias exclusivas para cálculos de potencial de consumo nacional, o IPC Maps é o único estudo que apresenta em números absolutos o detalhamento do potencial de em todos os municípios do País, com base em dados oficiais, por meio de versões em softwares de geoprocessamento. Em todo o Brasil, o potencial de consumo para 2019 é de R$ 4,7 trilhões, alta de 2,7% em relação a 2018. 

Com uma área territorial de 650 mil metros quadrados, população estimada de 694 mil habitantes e PIB de R$ 29,9 bilhões, Ribeirão Preto teve conquistas importantes em 163 anos de história, desde sua transição de “terra do café” até polo de uma Região Metropolitana com 1,7 milhão de habitantes e 34 municípios. Mas, os desafios para seguir em evolução econômica também são grandes, principalmente pelo cenário nacional e a instabilidade que dificulta novos investimentos.

Empregos

Ribeirão Preto está entre os 30 municípios do País que mais geraram empregos neste ano, segundo dados do Ministério da Economia, e o setor de prestação de serviços é o que lidera essa recuperação de mercado na cidade, com mais de 2.800 vagas formais geradas de janeiro a abril. Por outro lado, o comércio –que por muito tempo foi base da economia local – fechou 618 postos de trabalho neste ano. “Houve piora em relação ao mesmo período de 2018, o que pode ser explicado por um certo ajuste de expectativas por conta da demora da retomada na economia”, disse o economista Gabriel Couto, da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão (Acirp), que também alerta para outros pontos negativos. “Houve forte destruição de empregos entre 2015 e 2017, o que gerou um grande contingente de desempregados que ainda não foram reincorporados ao mercado, processo que ainda deve levar mais alguns anos. Adicionalmente, e a construção civil ainda não normalizou o ritmo de contratações.”

Negócios

Desde o dia 1º de janeiro, até o mês passado, Ribeirão Preto ganhou 40.247 Microempreendedores Individuais (MEIs), o equivalente a 268 novas inscrições por dia. “A formalização da atividade microempreendedora individual é muito importante, pois quando ela ocorre, os empregos e a renda gerados passam a contribuir com a arrecadação dos impostos municipais, e consequentemente, com o desenvolvimento da economia local. Ribeirão Preto tem se destacado nesse mercado porque tem uma renda potencial”, explica o economista Edgard Monforte Merlo, professor da FEA-RP/USP.

Ribeirão Preto já é a quarta no ranking estadual da formalização desses negócios, atrás apenas da capital, Campinas e Guarulhos. “Esse crescimento dos negócios ocorre pois existe demanda por serviços na cidade. A expansão dos MEI também é muito importante porque essas são atividades intensivas em trabalho, ou seja, grandes geradoras de emprego de uma forma simplificada”, diz o economista Edgard Monforte Merlo.

Em relação ao número de empresas abertas na cidade –micro, pequenas, médias e grandes– foram 15.457 novos negócios que abriram as portas em Ribeirão Preto neste ano.

 

Dívidas

Se por um lado o potencial de consumo é alto, por outro, Ribeirão Preto ainda enfrenta a barreira do endividamento dos consumidores. Esse gargalo, além de prejudicar o orçamento, impacta toda a cadeia produtiva, pois trava vendas, serviços e produção. Ribeirão encerrou 2018 com 253.260 consumidores inadimplentes registrados no sistema da Serasa Experian. O número mostra que 36,5% da população não consegue pagar as contas em dia e tem alguma restrição no nome. Apesar de elevado, o índice está abaixo da média de inadimplência nacional, que é de 40%.

Além de representar importante parcela dos consumidores da cidade, o número de inadimplentes cresceu 5,7% em comparação com o registrado no final de 2017. Com isso, a pontuação média da cidade, segundo a Serasa, é de 612. Esse score mede a capacidade do consumidor em pagar suas contas, em uma escala de zero a 1.000 pontos, onde índice entre 300 e 700 representa um risco médio.

O consumidor de Ribeirão Preto ainda tem dificuldade em quitar dívidas

Preço combustíveis

Reclamação constante entre os motoristas de Ribeirão Preto, o preço dos combustíveis é centro de discussões econômicas e comportamento de mercado. Apesar a variação –com diferença de até 15% encontradas nos postos, segundo levantamentos da ANP– a média nos valores praticados na cidade é maior em relação a outras regiões do Estado de São Paulo. Segundo o último levantamento da ANP, o litro da gasolina na cidade é comercializado por R$ 4,27, em média. Na capital, o valor médio é de R$ 4,17. Já em relação ao etanol, neste mês a cidade comercializada o litro a R$ 2,47, entre os dez mais baratos de todo o estado.

Mesmo com polêmicas e reclamações de consumidores, neste mês, Ribeirão tem preços de combustíveis entre os mais baixos do Estado

Ribeirão 163 anos

Para que Ribeirão Preto saísse do pequeno vilarejo ao redor da Capela de São Sebastião das Palmeiras, em 1856, e se transformasse na capital do agronegócio de 694 mil habitantes, muitas pessoas precisaram projetar seus pensamentos para o futuro. Em 1887, a Câmara Municipal de Ribeirão Preto libertou os escravos da cidade, um ano antes da assinatura da Lei Áurea. Em 1903, um jovem inventor, chamado Alberto Santos Dumont, recebeu um auxílio do município no valor de um conto de réis para que prosseguisse as pesquisas que, três anos mais tarde, resultariam na criação do avião. Já no século XX, médicos e educadores da cidade apoiaram o movimento de interiorização da educação superior no Estado de São Paulo. Rompendo a desconfiança, em 1951, foi fundada a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), dando início às atividades Universidade de São Paulo (USP) na cidade.

Esses são apenas alguns dos exemplos de pessoas que tiveram ideias visionárias. E atualmente, quem está pensando no futuro em Ribeirão Preto? Quais devem ser os caminhos tomados no presente que irão render bons frutos daqui a 30 anos? Leia a reportagem com a opinião de especialistas em diversas áreas.


Imagem: JF Pimenta

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