Em ano de Mundial, técnico planeja temporada de sucesso
Além da competição na Áustria, caratê pode se tornar modalidade olímpica em 2016; Equipe de RP busca o nono título consecutivo nos Regionais
O técnico da Seleção Brasileira de Caratê, Ricardo Aguiar, que também comanda os times de Ribeirão Preto (SME/Total Health/Clínica Collucci/Instituto Ricardo Aguiar) e a Seleção Paulista, já traçou sua principal meta para 2016: conquistar, com o Brasil, mais medalhas no Mundial da Áustria do que em 2014, na Alemanha.
Na ocasião, a delegação voltou para casa com um ouro de Douglas Brose (até 60kg) e um bronze de Vinícius Figueira (até 67kg), que compete por Ribeirão Preto. A competição será realizada em outubro, na cidade de Linz.
Para a disputa desse ano, Brose e Figueira estão confirmados na Seleção e são nomes fortes na briga por medalhas. As também campeãs dos Jogos Pan-Americanos Valéria Kumizaki e Nathália Bruzolatto e a bronze no Pan, Aline de Souza, também se classificaram para o Mundial.
Por Ribeirão Preto, além de Figueira, o Brasil terá mais dois comandados de Aguiar. São eles Maike Steffen (até 61kg) e Milton Menezes (até 75kg), que encerraram 2015 na primeira colocação em suas categorias no ranking nacional.
“A expectativa em cima deles é muito grande. Acreditamos que, por ser ano de Mundial, eles vão focar todas as competições antes de outubro como preparação para a Áustria. Estamos terminando de traçar o planejamento para o Campeonato, que começou a ser feito no ano passado”, conta o técnico.
Caratê nas Olimpíadas
Além de ter o Mundial no calendário, 2016 deve ser um dos anos mais importantes da história da caratê. Em agosto, no Rio de Janeiro, uma votação vai definir se o esporte fará ou não parte das modalidades que compõem os Jogos Olímpicos. Caso for aprovado, a participação inicial será nas Olimpíadas de Tóquio, no Japão, em 2020, onde o esporte nasceu.
O técnico Ricardo Aguiar acredita que daqui quatro anos, se o caratê realmente for uma modalidade olímpica, o Brasil pode chegar forte na disputa de medalhas. “A Seleção Brasileira, que tem destaque pelo título inédito dos Jogos Pan-americanos, teve uma exposição muito grande e uma imagem muito positiva frente ao Comitê Olímpico Brasileiro na temporada passada. Sempre conseguimos destaques em competições internacionais e somos o quinto melhor país do mundo. Existe, sim, uma expectativa muito grande em relação às medalhas numa eventual disputa olímpica”, destaca.
Campeonatos locais
Nessa temporada, segundo Aguiar, a equipe de Ribeirão Preto busca mais um título dos Jogos Regionais, que chega a 60ª edição e será disputado em Sertãozinho. No ano passado, em Barretos, o time masculino foi octacampeão consecutivo e o feminino vice.
Com o resultado, os homens garantiram vaga para os Jogos Abertos do Interior, também em Barretos, mas não puderam competir. Na ocasião, por opção da Secretaria Municipal de Esportes, nenhuma modalidade de Ribeirão Preto foi ao Jogos. A pasta alegou que, com a alteração dos locais – a princípio o campeonato seria em Ribeirão, mas uma decisão judicial impediu a realização do campeonato na cidade – as equipes não estariam 100% focadas e preparadas na competição. Foi a primeira vez na carreira do técnico Ricardo Aguiar que ele ficou fora dos Jogos.
Além dessas competições, o foco do técnico é manter o time competindo em nível elevado. “Nós vamos buscar manter na Seleção Brasileira os atletas que já estão e queremos inserir mais, principalmente nas categorias de base. Vamos continuar nas competições, em busca de mais medalhas. Em 2015 conseguimos cinco atletas entre os dez melhores do mundo. O desafio, agora, é mantê-los lá”, afirma.
A temporada de campeonatos começa no fim de fevereiro com a Copa Brasil de Caratê, em Pouso Alegre, Minas Gerais. Depois, em março, está marcada a primeira Seletiva Nacional para as categorias sub-14, cadete, júnior, sub-21 e sênior.
Aguiar também continua no comando da Seleção Paulista neste ano. A equipe busca manter o posto de campeã nacional, conquistado no ano passado. Caso o título venha, será o décimo sétimo na carreira dele – sexto como técnico e décimo primeiro como atleta.
Foto: Geraldo de Paula