Estudante cria evento para ‘apagar’ a Tocha em Ribeirão Preto
Estudante cria evento para ‘apagar’ a Tocha em Ribeirão Preto

Estudante cria evento para ‘apagar’ a Tocha em Ribeirão Preto

Objetivo do evento, que já mobilizou quase 2 mil pessoas no Facebook, é de “acender a tocha da consciência civil”, na cabeça das pessoas

O estudante Leonardo Affonso criou no Facebook o evento “Apagar a Tocha Olímpica em Ribeirão Preto”, do qual mais de 1,8 mil pessoas mostraram interesse em participar. Mas engana-se quem acha que o objetivo dele é “atacar” diretamente o símbolo das Olimpíadas, que passará pelo município na próxima segunda-feira, 18.

Na verdade, ele quer “acender a tocha da consciência civil”, define Leonardo, que aponta ser necessário despertar o interesse da população pelo momento pelo qual o País está passando. “Estamos vivendo um momento decisivo em nossa história. Mudanças políticas, sociais, culturais, etc. E, consequentemente, tais mudanças irão afetar direta ou indiretamente a vida de todos” destaca.

Ele acredita ainda que de nada adianta apagar propriamente o fogo da Tocha Olímpica, pois não haverá consequência alguma, a não ser para o autor da ação. “Se apagar a tocha, simplesmente acenderão de novo”, recorda o estudante, que resolveu entrar na onda da profusão de eventos do tipo, em diversos cantos do Brasil.

“O que muda somos eu e você, não apoiando em absolutamente nada essa patifaria olímpica no País. Podemos criar protestos em redes sociais, criar manifestações contra o mau uso do dinheiro público, alertar os estrangeiros através de fotos e reportagens sobre a criminalidade no país, ou simplesmente sobre a falta de infraestrutura”, que ele cita como exemplo a queda da ciclovia Oscar Niemayer, no Rio de Janeiro, em abril. "Ou seja, sabotar as Olimpíadas de forma consciente e limpa”, conclui.

Ele ainda questiona os acontecimentos que tomaram conta do Brasil nos últimos meses, como o afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT), a renúncia da presidência da Câmara dos Deputados por parte de Eduardo Cunha (PMDB), do desastre de Mariana-MG, do qual ele aponta que muitos já esqueceram, além do inconformismo de “pagar R$ 14 no quilo do feijão no País, que se orgulha de ter uma das principais indústrias agropecuárias do planeta”.

“Como um país assim pode receber um evento esportivo de nível mundial? Será que não temos outras prioridades para investir o dinheiro público? Para que e por que seguir a tocha pelas ruas? Para que e por que dar tanta importância pra um objeto com uma chama na ponta?”, questiona Leonardo, que se diz decepcionado com as pessoas que embarcaram na ideia de apagar a tocha sem fazer um questionamento dos problemas do País, por pura brincadeira.

“Não vi um post sequer sobre algo sério. A galera realmente leva tudo na brincadeira, eu esperava que isso pudesse ter até consequências graves”, reflete o estudante, que aponta que foi este o principal motivo de criar o evento, para criar uma repercussão pública nas redes sociais. "E também ter a oportunidade de conversar com algum político, a mídia ou autoridade influente para disseminar essa conscientização sobre quem realmente sustenta a tocha", diz.


Foto: Bradesco/ William Lucas

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