Israel e Hamas fecham acordo para trégua de quatro dias em Gaza e libertação de cinquenta reféns
Libertação de 150 palestinos presos em Israel e entrada de 300 caminhões de ajuda humanitária em Gaza também fazem parte da negociação intermediada por EUA e Catar
O governo de Israel aprovou nesta terça-feira, 21 de novembro, o acordo mediado pelo Catar para uma trégua temporária em Gaza, após 45 dias de guerra com o grupo terrorista Hamas, que domina o enclave. Segundo o jornal israelense Times of Israel, a negociação deve permitir a liberação de cerca de 50 dos 240 sequestrados pelo grupo durante o brutal ataque terrorista de 7 de outubro em troca de quatro dias de cessar-fogo — o primeiro desde o início do conflito.
Além disso, espera-se que cerca de 150 mulheres e crianças palestinas sejam libertadas das prisões em Israel. Para isso, haverá um período de 24 horas após a divulgação de uma lista de nomes palestinos, com possibilidade de recursos legais. O acordo foi costurado durante semanas de conversas em Doha, no Catar. Cerca de 240 pessoas foram capturadas pelo Hamas em sua sangrenta incursão ao território israelense, quando 1.200 pessoas, a maioria civis, foram assassinadas de forma indiscriminada, segundo contagem de Tel Aviv.
Por outro lado, os estrangeiros mantidos como reféns não estão inclusos no acordo principal, mas ainda podem fazer parte de acordos separados que garantissem sua liberação durante o período de trégua. Como parte do acordo, ao menos 300 caminhões de ajuda humanitária, incluindo combustível, serão autorizados a entrar na Faixa de Gaza.
Israel concordou em não enviar drones sobre Gaza durante seis horas por dia. Mas o governo assegurou que a guerra contra o Hamas deve continuar posteriormente, e Israel se recusará a permitir que os palestinos retornem às suas casas no norte de Gaza.
Inicialmente, a posição pública de Israel era de linha dura, recusando qualquer proposta de cessar-fogo até a libertação de todos os reféns. Após 45 dias de guerra, com a morte de reféns no período, Israel mudou sua posição. As negociações pela libertação de reféns têm sido foco de tensão para o governo de Netanyahu em meio aos bombardeios intensos em Gaza. Manifestantes pressionam o premiê em atos quase diários que exigem mais esforços pela soltura das vítimas.
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