Defesas de réus da Sevandija estudam reclamação sobre interferência política
Ao longo do depoimento de alguns investigados, foi reclamada suposta “seletividade” da operação
Os advogados de defesas dos réus da Operação Sevandija estudam protocolar requerimento sobre suposta interferência política na operação. O motivo da reclamação seria as alegações dos envolvidos, que apontaram que os alvos da Sevandija teriam sido escolhidos por motivação política.
Em alguns depoimentos, foi afirmado pelos investigados que um dos agentes da Polícia Federal que atuou nas investigações é casado com uma ex-funcionária da Cohab e da Coderp, que teria desavenças com alguns dos investigados. O motivo do desentendimento, seria que familiares dessa pessoa teriam tido frustradas as pretensões políticas no governo da ex-prefeita de Ribeirão Preto Dárcy Vera.
O requerimento ainda não está definido. Os advogados de defesa afirmam que vão estudar qual a melhor forma que ele poderá ser protocolado. “Vamos nos manifestar sobre isso em um momento oportuno”, afirmou a advogada Maria Cláudia de Seixas, que defende a ex-prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera, e o ex-vereador Capela Novas.
“Estamos aguardando os réus prestarem essa informação em juízo. Mas, estamos juntando provas e vamos conversar com todas as defesas sobre esta situação. Até porque, não gostaríamos de ser levianos”, disse a advogada Josimary Vilhena, que defende no processo o ex-secretário da Educação de Ribeirão Preto, Ângelo Invernizzi Lopes.
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A esposa do agente ocupou cargos no departamento jurídico de órgãos da administração municipal. No depoimento de Invernizzi, que ocorreu na última quarta-feira, 22, ele declarou que se sente perseguido pessoalmente pelo agente da Polícia Federal, por ter defendido a antecessora, Débora Vendramini, em manifestações dos professores da rede municipal, o que, de acordo com Invernizzi, teria causado desavenças com essa funcionária.
Esse argumento foi apontado por outros réus do esquema durante os depoimentos. Porém, o Ministério Público acredita que seja uma estratégia da defesa para tentar deslegitimar o processo.
Em julho, quando aconteceu às oitivas das testemunhas de acusação arroladas pelo Ministério Público, o agente da Polícia Federal negou que tenha existido qualquer interferência externa, inclusive, declarou que desconhecia qualquer militância política da esposa, e que por isso, as investigações não poderiam ter sido influenciadas.
Foto: Amanda Bueno