Dois anos após Sevandija, ex-presidente do Sindicato é demitido pela Prefeitura de RP
Wagner Rodrigues era servidor da Secretaria da Saúde, mas estava suspenso de função agente administrativo

Dois anos após Sevandija, ex-presidente do Sindicato é demitido pela Prefeitura de RP

Wagner Rodrigues foi o delator do caso em que a ex-prefeita Dárcy Vera foi condenada

Dois anos após a deflagração da Operação Sevandija, o ex-presidente do Sindicato Municipal dos Servidores de Ribeirão Preto Wagner Rodrigues, um dos delatores do processo, foi demitido de sua função na Secretaria da Saúde, nesta quarta-feira, 19. O sindicalista foi o colaborador do caso que condenou a ex-prefeita Dárcy Vera a 18 anos, nove meses e 10 dias de prisão.

A demissão foi publicada na edição desta quarta do Diário Oficial do Município. Ela é decorrente do relatório final da comissão processante que investigou Wagner Rodrigues por “conduta escandalosa e incontinência pública”, como aponta o documento. Rodrigues era servidor municipal lotado na secretaria da Saúde, com o cargo de agente de administração, no entanto, estava suspenso da função desde a deflagração da operação.

Por ser colaborador no caso, Wagner Rodrigues foi condenado a 11 anos de reclusão, em regime aberto, porém, deverá obedecer a medidas cautelares impostas pela Justiça. No entanto, a defesa vai recorrer da sentença. O advogado de Wagner Rodrigues no processo da Sevandija, Daniel Rondi, acredita que o ex-sindicalista deveria ter uma pena diferenciada por ter contribuído para o processo.

“Nós vamos insistir no perdão judicial e nós vamos questionar a dosimetria da pena, uma vez que o juiz parte da pena base, igual para todo mundo. E nós entendemos que a pena base do Wagner seja algo já diminuído por conta da efetiva colaboração dele, do papel que ele empenhou no processo de entregar. Independente dos números de anos na pena, ele deveria ter uma pena diferenciada”, informa Rondi.

Em sua colaboração junto ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo, Rodrigues informou a respeito de uma lista, em que constava o nome da ex-prefeita de Ribeirão Preto Dárcy Vera, para divisão de propina para que a prefeitura liberasse os pagamentos dos honorários advocatícios de Maria Zuely Librandi.

De acordo com a acusação do Gaeco, o ex-presidente do Sindicato teria fraudado atas de reuniões da organização para legitimar permitir que Maria Zuely recebesse os pagamentos.

Em depoimento concedido à Justiça, em 2017, Wagner Rodrigues informou que recebeu R$ 1,2 milhão por ter participado do esquema, no entanto, ele afirma que gastou todo o dinheiro, e, por isso, não poderia devolver o valor aos cofres públicos.

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Foto: Arquivo Revide

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