Mesmo preso, condenado na Sevandija recebeu propina, diz Ministério Público
Promotores afirmam que Marco Antonio dos Santos recebeu cerca de R$ 3,3 milhões até janeiro de 2018

Mesmo preso, condenado na Sevandija recebeu propina, diz Ministério Público

“Ninguém colaborou nem um fio de cabelo. Muito pelo contrário", afirmou o promotor Leonardo Romanelli

De acordo com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo, Marco Antonio dos Santos, ex-secretário de Administração e ex-superintendente do Departamento de Água e Esgoto de Ribeirão Preto (Daerp), condenado pela Operação Sevandija, recebeu R$ 1,1 milhão de propina. Parte do pagamento teria sido feita mesmo após a prisão de Marco Antonio, em março de 2017.  

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Marco Antonio, que cumpre pena de 18 anos de prisão na Penitenciária de Tremembé, no Vale do Paraíba, teria recebido, no total, R$ 3,3 milhões entre dezembro de 2015 e janeiro deste ano, após a assinatura de contratos de perfuração de poços em Ribeirão Preto com a Aegea Engenharia. A propina seria paga com a utilização de empresas de fachada.

Esquema de corrupção de Marco Antônio usava empresas de fachada

Segundo o Gaeco e a Polícia Federal, o esquema foi descoberto a partir das investigações iniciadas na primeira fase da Sevandija, deflagrada em 2016. Durante apresentação do esquema apurado, o promotor Leonardo Romanelli declarou que a atuação dos investigados é “um acinte para a Justiça”.

“Ninguém colaborou nem um fio de cabelo. Muito pelo contrário. O que eles fizeram é um acinte para a Justiça. Eles venderam imóveis quase seis meses depois da deflagração da Operação, estavam lá celebrando contratos falsos. Em qualquer parâmetro que se escolher, não há palavras para descrever”, declarou.

Segundo o promotor Frederico de Carmago, que também atua nas investigações, o pagamento era realizado pela Aegea Engenharia para uma empresa de fachada, em Mauá, na região do ABC Paulista. “Foi pago através dessa empresa de Mauá, e foi pago até 2018”, pontua.

Procurada pela reportagem, a Aegea Engenharia afirmou que desconhece irregularidades. A defesa de Marcio Antonio foi procurada por telefone, porém não atendeu as ligações do Portal Revide.

*Com informações de Paulo Apolinário


Foto: Arquivo Revide

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