Perícia em celular de Plastino diz que Dárcy recebeu mais de R$ 1 milhão
O telefone foi apreendido por promotores do Ministério Público Estadual após o suicídio do empresário

Perícia em celular de Plastino diz que Dárcy recebeu mais de R$ 1 milhão

Informações coletadas pela Polícia Federal ainda dizem que vereadores que foram funcionários da Atmosphera teriam falsificado ‘folha-ponto’

Resultado da perícia no celular do empresário Marcelo Plastino, morto em novembro de 2016, e que era investigado pela Operação Sevandija, da Polícia Federal e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), aponta que a ex-prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera, teria recebido propina de R$ 1,5 milhão na contratação de empresa de coleta de lixo. Além disso, cada então vereador teria recebido R$ 80 mil na ocasião.

A perícia ainda aponta que vereadores que foram funcionários da Atmosphera teriam falsificado folhas de ponto. Os relatos constam em documento com informações avaliadas pela Polícia Federal que foram encontradas no celular do empresário Marcelo Plastino. O telefone foi apreendido por promotores do Ministério Público Estadual após o suicídio do empresário.

O laudo aponta que, em 2013, Dárcy teria recebido R$ 1,5 milhão do contrato firmado para a coleta do lixo no município, assim como R$ 80 mil para cada vereador – sem citar nominalmente cada parlamentar - junto à Leão Ambiental, em contrato de R$ 53 milhões. A Leão Ambiental foi adquirida naquele mesmo ano pela Estre, que, questionada sobre o fato, diz apenas que não tem conhecimento do assunto, já que o contrato com o município foi firmado antes da aquisição.

A perícia ainda diz que Dárcy teria determinado que as contratações de terceirizados por meio da construtora Atmosphera passassem por ela. Segundo o documento com as informações avaliadas pela Polícia Federal, a ex-prefeita teria tomado a atitude após o aumento do acordo da Atmosphera com a Coderp, que passou de R$ 5 milhões para R$ 20 milhões.

Dárcy Vera sempre negou as acusações e nas vezes em que se manifestou sobre a Operação Sevandija, alvo da Polícia Federal, disse que sempre colabora com as investigações quando solicitada.

Vereadores falsificavam folha-ponto

A perícia do celular ainda aponta que alguns vereadores da atual legislatura teriam falsificado folhas de ponto, como Adauto Marmita (PR) e Ariovaldo de Souza (PTB), o Dadinho, quando terceirizados na Administração Municipal. Em resposta à reportagem do Portal Revide, Dadinho disse que desconhece a perícia e que somente falaria sobre o assunto pessoalmente e com a presença de advogados. O vereador foi funcionário da Atmosphera e atuava em um projeto social dando aulas de judô para crianças.

Já Marmita, que também foi funcionário da Atmosphera, retornou a reportagem e negou a possibilidade e disse que existia fiscalização, por parte da Coderp, sobre o ponto dos funcionários. “Nem era eu quem recolhia os pontos, era outra pessoa. E eu assinava lá na Cava do Bosque, onde que fazíamos os serviços. Eu fazia trabalho de servente, era um serviço pesado. Não trabalhava em ar-condicionado. Uma coisa te digo, não era funcionário fantasma, e fui mandado embora bem antes da Sevandija estourar, mais ou menos um ano e meio antes”.

Atualizado às 15h15.


Foto: Sergio Masson

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