Primeiro debate na TV tem embates entre candidatos à prefeitura de Ribeirão
Ricardo Silva disse que pedirá perícia de notas de dinheiro com supostas iniciais do nome dele, e parte para embate com Gandini, Rodrigo Camargo e Nogueira
O primeiro debate entre os candidatos à Prefeitura de Ribeirão Preto transmitido pela televisão, na noite deste sábado, 24, promovido pela TV Clube, foi recheado de embates relacionados à Operação Sevandija. O líder das pesquisas eleitorais, o vereador Ricardo Silva (PDT) duelou durante todo o programa com três adversários: Duarte Nogueira (PSDB), João Gandini (PSB) e Rodrigo Camargo (PTB).
Enquanto ele acusava os concorrentes de se unirem para denegrirem a imagem dele, questionou a veracidade das notas de 2 Reais, apreendidas pela Polícia Federal em cofre do empresário Marcelo Plastino, que teria as iniciais do nome do candidato em uma suposta lista de pagamentos.
“Eu fiquei tranquilo quando elas saíram na imprensa. Porque até então, o que se tinha eram conversas do advogado Sandro Rovani com o empresário Marcelo Plastino dizendo que queriam se aproximar de mim. Claro, sou o primeiro das pesquisas, e todos querem se aproximar. Mas eles nunca tiveram o retorno. Pois bem, no dia 1º de setembro a Polícia Federal fez uma busca e apreensão na casa de Plastino, e não encontrou nada relacionado ao meu nome. No dia 16 ela volta a mesma casa, e encontra um cofre com as notas. Mas chamo a atenção ao que são cinco notas, escritas milimetricamente com as mesmas letras. Vamos pedir perícia. Elas foram escritas no mesmo dia. A Polícia Federal foi a casa corretamente, mas pegou essas notas, que certamente foram plantadas ali”, afirmou o candidato.
Ao longo do debate, Ricardo também fez acusações aos adversários, falando que Rodrigo Camargo seria uma “língua de aluguel” pago para atacá-lo ao longo da campanha. “Na verdade, é preciso ter seriedade no processo. Primeiro, para ser ‘língua de aluguel', tem que ser pago, eu não fui pago. Não está as minhas iniciais na nota de R$ 2. Então, quem recebeu grana, não foi o Rodrigo Camargo”, rebateu Rodrigo, em um direito de resposta pedido a produção do programa.
As tentativas de se defender dos ataques colocaram Ricardo Silva frente a João Gandini, que foi atacado pelo vereador, por ter sido filiado ao PT, partido envolvido no Mensalão, e que teria recebido R$ 3 milhões do partido para a campanha das últimas eleições municipais, em 2012, que Ricardo disse ser fruto dos esquemas do partido. “Ao contrário do que você fala, você sim está tentando conspurcar o trabalho da Polícia Federal, que é uma instituição seríssima, como é o Ministério Público e o Judiciário. Você vai dizer que tudo que a Polícia Federal faz é mentira?”, questionou o juiz aposentado.
“Olha, eu disse que a Polícia Federal e o Gaeco estão de parabéns. Essa investigação estourou de tudo que eu denunciava na Câmara. Mas 16 dias depois eles voltaram a casa do Plastino, depois de denúncia anônima e encontraram essas notas falsas. Eu queria fazer propostas, mas infelizmente, tenho que fazer um desabafo”, disse Ricardo Silva.
Já Duarte Nogueira foi questionado por Ricardo pelo fato de o nome dele na lista de doações da Odebrecht, encontrada pela Lava Jato, e sobre Operação Alba Branca, que investiga a Máfia da Merenda.
“O que nós temos que fazer aqui é prestar conta de nosso trabalho, mas enquanto isso, ele, que diz que é atacado pelos outros candidatos, fica aqui atacando todo mundo durante todo seu programa eleitoral”, respondeu o deputado federal, que também foi questionado pelos adversários pelo fato de ainda não ter trazido alguma de suas propostas, que são do Governo Estadual, para Ribeirão Preto, antes do período eleitoral.
Tanto Gandini quanto Ricardo questionaram do candidato se as propostas sairão mesmo do papel, como os Ambulatórios Médicos de Especialidades (AME’S) e quanto tempo demoraria, já que apontaram casos que demoraram até sete anos para serem concluídos. O tucano respondeu que as obras são necessárias, pois, de acordo com ele, Ribeirão Preto carece de tal estrutura de atendimento.
O único candidato que não entrou nas discussões envolvendo a Sevandija, foi Wagner Rodrigues (PCdoB). Porém, o presidente licenciado do Sindicato dos Servidores Municipais, fez ataques ao governo do presidente Michel Temer (PMDB), e em diversas partes do debate, chamou o impeachment de “golpe”.
Na noite deste domingo, 25, tem mais um debate, realizado pela TV Record, a partir das 22h30.
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