Câmara adia votação de proposta para cassar alvará de transportadoras de valores
Funcionários de empresas de transportadoras e moradores de bairro próximo a uma dessas empresas realizaram manifestação

Câmara adia votação de proposta para cassar alvará de transportadoras de valores

Projeto prevê mudança na Lei Orgânica de Ribeirão Preto, incluindo a palavra "segurança" em artigo

A Câmara Municipal de Ribeirão Preto vai deixar para fevereiro de 2019 a segunda votação sobre a mudança na Lei Orgânica do Município (LOM) que pretende dar ao prefeito Duarte Nogueira (PSDB) a possibilidade de cassar o alvará de empresas de transporte de valores por questões de segurança.

A decisão foi tomada em sessão extraordinária nessa terça-feira, 18, em que seria votada a mudança no texto do município. A alteração já havia sido aprovada, por unanimidade, em primeira discussão, no início do mês de dezembro. A proposta é do vereador Elizeu Rocha (PP), após a tentativa de assalto da transportadora Brink's, no fim de outubro.

O adiamento por três sessões foi solicitado pelo vereador Orlando Pesoti (PDT), que pediu mais tempo para discussão do tema em audiências públicas, em que possam ser ouvidas as empresas do setor. Como a Câmara entra em recesso depois desta quinta-feira, 20, os vereadores voltam a se reunir apenas no dia 5 de fevereiro.

“É um período para que possamos trabalhar em uma audiência pública e para possamos ouvir os lados, ouvir a questão. Eu apenas peço para que seja adiado, para ser estudado na Casa, para que tenha audiência. Que seja com calma e tranquilidade. O diálogo é a melhor forma para se resolver e ninguém ser prejudicado”, disse o parlamentar.

Atualmente, três empresas transportadoras de valores atuam em Ribeirão Preto. O diretor-presidente da Associação Brasileira das Empresas de Transporte de Valores (ABTV), Ruben Schechter, esteve na Câmara Municipal nessa terça, para convencer os vereadores a mudarem da posição, em relação a primeira votação.

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Embate

Durante a sessão, o propositor da mudança no texto da LOM foi bastante criticado por funcionários de empresas de transporte de valores que atuam em Ribeirão Preto e que manifestavam na Casa. Além deles, moradores do bairro Santa Cruz, onde está instalada uma empresa de transporte de valores, também foram se pronunciar - a favor do projeto.

“Vocês [funcionários] estão sendo enganados pelo presidente da associação de vocês. Estão sendo enganados. O meu gabinete está à disposição. Ele nunca foi falar comigo. Cadê o presidente de vocês? Eu não estou fazendo projeto para tirar as empresas de transporte de dentro de Ribeirão Preto. Não é isso. Nós estamos fazendo uma lei na LOM, para incluir a palavra ‘segurança’. A empresa está no lugar errado. Estamos dando o direito de o prefeito notificar a empresa para mudar para um lugar seguro”, disse.


Foto: Aline Pereira/Câmara Ribeirão Preto

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