Câmara vota nesta terça, 8, repasse milionário ao PróUrbano
Vereador alega que há ilegalidades no trâmite do projeto

Câmara vota nesta terça, 8, repasse milionário ao PróUrbano

Projeto de Lei Complementar da Prefeitura prevê repasse de R$ 70 milhões à empresa que administra o transporte coletivo na cidade

A Câmara Municipal de Vereadores de Ribeirão Preto vota, nesta terça-feira, 8, o projeto de lei complementar da Prefeitura que prevê o pagamento de uma indenização de R$ 70 milhões ao Consórcio PróUrbano. Essa é a segunda votação sobre um acordo entre a empresa que administram  o transporte coletivo na cidade e o Executivo, a primeira versão do projeto foi barrada pela Câmara.

 

Para ser aprovado, o texto tem que ter maioria absoluta dos votos na votação desta terça-feira. Na última sessão, no dia 27 de outubro, o resultado foi um empate em 11 a 11, barrando a proposta.

 

"Nós estamos aguardando a decisão da Câmara Municipal, para que possamos fazer investimentos nos próximos dois anos, para substituir 100% da frota de ônibus. Com ônibus com ar-condicionado, wi-fi, carregador de celular e suspensão pneumática”, afirmou o prefeito Duarte Nogueira sobre a expectativa para a votação.

 

Diferenças entre propostas

 

Em comparação com a primeira versão, o texto possui mudanças referentes à substituição da frota. O novo texto obriga que o PróUrbano substitua 50% da frota no próximo ano e realize a troca da outra metade em 2024. Na configuração anterior exigia-se apenas que essa substituição começasse em 2023, com previsão de conclusão para 2024, mas sem determinar números. Segundo o projeto, os novos veículos devem, obrigatoriamente, ter ar-condicionado, wi-fi, conexão USB e suspensão pneumática, de preferência.

 

Outra mudança está no prazo de utilização do crédito dos passes de ônibus. O texto vetado previa que o crédito eletrônico adquirido pelos passageiros poderia ser mantido sem uso por um ano, após esse período, o valor seria revertido ao Consórcio PróUrbano. Agora, o período de tolerância para a permanência do valor ocioso é de dois anos.

 

Reparação de prejuízos

 

Contudo, o ponto principal do projeto continua sendo o repasse de R$ 70 milhões como indenização da Prefeitura ao PróUrbano como uma forma de reparação por danos e prejuízos sofridos durante a operação e continuidade do serviço na cidade.

 

O valor seria pago de forma parcelada, três no valor de R$ 20 milhões e uma última de R$10 milhões, com a primeira debitada ainda em novembro deste ano, caso aprovada pela Câmara.

 

Segundo o presidente da Câmara, o vereador Alessandro Maraca (MDB), do ponto de vista da legalidade é possível que o projeto seja protocolizado novamente. “Existem algumas pequenas mudanças entre os dois projetos, mas a finalidade continua sendo a autorização para o executivo celebrar acordo com o Pró Urbano”, explicou.

 

O projeto ainda passará por apreciação dos vereadores para definir se essa nova versão será ou não aceita e seguirá para uma próxima discussão.

 

Sabatina e críticas

 

O secretário de Administração, Ricardo Fernandes Abreu, será sabatinado na Câmara, nesta terça-feira, 8 de novembro, a partir das 16h, em sessão extraordinária, antes da sessão ordinária que votará o repasse. A convocação foi proposta pelo vereador Marcos Papa (Podemos) e mira o contrato de concessão do transporte público, que é gerido pela Secretaria de Administração.

 

Segundo Papa, houve uma manobra ilegal no trâmite do segundo projeto. O parlamentar acionou a Procuradoria Geral de Justiça do Ministério Público, por meio de uma representação, pleiteando que a Justiça declare inconstitucional e suspensa os efeitos de um parágrafo da Lei Orgânica do Município que foi usado pela Prefeitura para reenviar o projeto à Câmara. O vereador também não descarta acionar diretamente a Justiça.

 

No entendimento de Papa, esse projeto só poderia ser apresentado novamente pelo prefeito em 2023 ou se a maioria qualificada da Câmara – 12 vereadores – assinasse a matéria como coautora, no ato da apresentação/leitura em plenário, junto com o chefe do Executivo – o que não ocorreu.

 

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Foto: Revide

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