Diretor de Fiscalização diz que Ribeirão tem de endurecer medidas contra invasões
Diretor de Fiscalização discutiu com moradora em reintegração da Favela das Mangueiras

Diretor de Fiscalização diz que Ribeirão tem de endurecer medidas contra invasões

Coronel Muniz diz que é preciso "agir com firmeza" contra ameaças

O diretor da Fiscalização Geral de Ribeirão Preto, coronel Antonio Carlos Muniz, afirmou que não se pode temer ameaças em ações de reintegração de posse no município e que medidas têm de ser endurecidas. Muniz foi convocado pela Câmara Municipal para participar de sessão extraordinária nesta quinta-feira, 31, para explicar discussão com moradora em ação que ocorreu no fim do mês de julho.

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O diretor afirmou que participava da ação apenas para auxiliar na mudança dos moradores na Favela das Mangueiras. A maioria dos moradores já havia sido contemplada com a entrega de moradias populares, e, na ocasião, houve uma discussão de Muniz com uma moradora, que não foi contemplada com um apartamento, por já ter sido mutuária da Cohab-RP.

“E essa senhora disse que não ia sair porque não foi contemplada com apartamento. Procurei assistentes sociais, e elas disseram que já havia sido contemplada, e depois vendeu o apartamento e voltou para a comunidade. Se forem ver esse contexto vai ser difícil entender minha fala, mas falei com ela 1 hora e meia. Expliquei que não tinha condições, ela fez outras propostas, que eu não gostei e em seguida fiquei no entorno. Falei que ela pode chamar quem quiser. Ela disse que ia chamar o juiz, fiz direito, sabia que ela não tinha o telefone do juiz”, disse o diretor de fiscalização, que afirmou que uma das propostas feitas pela moradora foi para que “se desse um jeito” para que um filho pudesse ser contemplado com uma casa.

Muniz ainda afirmou que a assistente social que acompanhava a reintegração tinha documentos que mostravam que as negociações com os moradores da comunidade começaram em 2009, e que, até o momento da ação, a moradora não tinha nenhum documento que inviabilizava a retirada dela do imóvel, que só foi ser protocolado no dia seguinte, 28 de julho.

“Fatos como esse, que ela disse que vai chamar alguém, isso eu não acredito. Se eu for tender a acreditar a essas pessoas, eu não faço nada. Esse ano teve mais de 70 invasões em Ribeirão Preto. Eu não posso me acovardar com esses argumentos, ainda com minha formação no direito, sei que não é verdade. A situação está sendo discutida desde 2009, a pessoa deveria ter condição de apresentar o documento no dia do ato” emendou o diretor de fiscalização, que aponta que a recomendação da prefeitura é para que se diminua a quantidade de invasões de áreas no município, urbanizar áreas abandonadas, para aí sim poder receber novos moradores.

Atualmente, 70 mil pessoas moram em favelas em Ribeirão Preto, segundo cadastros do município, divididas em 98 favelas - mais de três vezes a quantidade de favelas que havia no município em 2010, quando eram 30.


Foto: Arquivo Revide

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