Nogueira afirma que clima eleitoral não irá influenciar na rotina da Prefeitura de Ribeirão
Prefeito Duarte Nogueira (PSDB) entra no último ano de mandato com pressa para entregar promessas feitas durante a campanha
O último ano de mandato de qualquer ocupante do poder Executivo é marcado pela checagem entre as propostas feitas durante o período eleitoral e o que foi, de fato, cumprido. Em Ribeirão Preto, não é diferente. O prefeito Duarte Nogueira (PSDB), mais do que nunca, anda com as promessas de campanha debaixo do braço e promete cumprir, ao menos as mais expressivas, até o final do mandato, no dia 31 de dezembro de 2020.
À reportagem, o prefeito elencou as pautas de saúde, educação e economia como as mais urgentes para o município. As entregas dos Ambulatórios Médicos de Especialidades (AMEs) e das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) são promessas de campanha que, segundo o Executivo, devem ser concluídas até o final de 2020.
Apesar disso, Nogueira garante que não está pensando em eleições no momento. O chefe do Executivo tenta blindar a administração municipal de qualquer interferência externa da corrida eleitoral. A seguir, a Revide traz uma lista da situação de promessas consideradas como prioritárias pelo próprio governo.
AME Mulher:
Segundo a Prefeitura, o AME da Mulher será construído em um terreno localizado ao lado da Mater, entre os bairros Quintino Facci II e Avelino Alves Palma. A lei que autoriza a transferência de finalidade de área pública já foi sancionada. Em reunião com o vice-governador do Estado de São Paulo, Rodrigo Garcia, em dezembro de 2019, foi informado que serão liberados R$ 800 mil para que a Divisão Regional de Saúde adapte a Mater para receber o AME Mulher. Apesar do avanço nas negociações, a Prefeitura não confirmou uma data para a entrega do hospital.
AME Vila Virgina:
Já está em processo o projeto executivo do AME Mais Regional, o AME da Vila Virginia. Na segunda semana de janeiro, representantes da Secretaria Municipal da Saúde e os engenheiros da Svaizer & Guitierrez Engenharia, empresa vencedora da licitação, promoveram a primeira reunião para discutir a estrutura do complexo hospitalar. O projeto custará R$ 317 mil e tem o prazo de conclusão de seis meses. Após esse período, a Prefeitura deverá abrir uma nova licitação para a contratação de uma empresa responsável pela construção do prédio. O governo estima que, quando pronto, o AME Mais Regional atenda cerca de 1,5 milhão de pacientes em toda a região.
UPA Norte:
As obras de construção da UPA Norte foram retomadas em dezembro de 2019 e, segundo a Prefeitura, já estão 60% finalizadas. A Unidade atenderá a região formada pelos bairros Quintino Facci e Simioni. O governo informa que a unidade começará a funcionar no segundo semestre de 2020. A nova empresa escolhida para cuidar da obra receberá R$ 1,9 milhão pelo serviço. Até 2016, a Prefeitura havia investido R$ 3,5 milhões na construção, paralisada por problemas estruturais e administrativos. A UPA Norte é aguardada pela população desde 2015.
UPA Oeste (UPA Sumarezinho):
O Executivo estima que a UPA Sumarezinho esteja finalizada no segundo semestre de 2020. A obra ainda terá que passar por novos reparos antes de ser entregue. São problemas que vão desde uma rampa de acessibilidade mal projetada à rede elétrica. A UPA Oeste comportará 16 consultórios, sendo seis pediátricos, além de 16 leitos de retaguarda, sendo quatro para urgência e emergência.
Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB):
No início de 2017, apenas três das 108 escolas de ensino municipal possuíam AVCB. Atualmente, esse número passou para 28. Segundo a Secretaria Municipal de Educação, para solucionar a questão, as unidades escolares têm passado por obras de manutenção geral, manutenção elétrica e hidráulica. A pasta investe, atualmente, cerca de R$ 3 milhões para adquirir os autos de vistorias das escolas restantes. Em entrevista à Revide, em setembro de 2019, o secretário de Educação, Felipe Elias Miguel, disse que, até o final de 2020, cerca de 70% das escolas teriam o AVCB.
Construção de escolas:
Até o momento, a atual gestão construiu três escolas municipais. A do Cristo Redentor, a CEI Heitor Rigon e a CEI Paulo Gomes Romeo. Outras três estão em obras: o antigo Sesi da Vila Virginia, que será transformado em uma escola municipal, a CEI Wilson Toni e a CEI Parque dos Pinus — além de sete em processo de licitação e cinco em fase de elaboração de edital.
O QUE DIZ O PREFEITO
Entrevista concedida no dia 9 de janeiro de 2020.
REVIDE: O que será priorizado pelo governo neste último ano de mandato?
NOGUEIRA: A conclusão e a entrega dos compromissos que assumimos durante o processo eleitoral. Com prioridade para o programa de mobilidade urbana, para os AMEs [Ambulatório Médico de Especialidades], para as duas UPAs [Unidades de Pronto Atendimento], a UPA Norte e a UPA Sumarezinho. A garantia de oferta, até o final de 2020, de 6,4 mil vagas para todas as etapas do ensino municipal com a construção de 18 novas escolas.
Ao lado disso, nós pretendemos dar sequência à implantação das câmeras em todas as escolas da rede. Além da implantação e a obtenção de todo o projeto de recebimento dos AVCBs [Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros] em todas as escolas. Já no início de fevereiro, quando começa o ano letivo, queremos começar sem nenhum problema com uniforme, com material escolar, com atribuição de aula para que não haja nenhuma intercorrência para a normalidade do ano letivo.
Também, concentrar esforços na questão da zeladoria. Nós vivemos um momento de muita chuva e a cidade tem um pouco mais de mato. Com água boa, terra boa, calor e umidade, o mato sobe rápido. Vamos intensificar as obras de reparo, de limpeza, de roçada e de dragagem para que a gente tenha uma cidade mais organizada. Continuaremos colocando a casa em ordem e esperamos manter o ritmo de equilíbrio fiscal. Em vez de endividar a cidade, estamos amortizando os problemas de curto, médio e longo prazo, para que quem nos suceder, a partir de janeiro do ano que vem, possa encontrar uma cidade com uma situação bem melhor do que aquela que encontramos em janeiro de 2017.
REVIDE: No segundo semestre, como fazer para que o clima das eleições não influencie no ritmo de trabalho da Prefeitura?
NOGUEIRA: Nós jamais colocamos as questões partidárias e eleitorais à frente dos interesses da cidade. Ao longo de todo esse período, principalmente a partir do ano passado, quando questões de especulação eleitoral surgiram, eu falei que não era o momento de tratar disso.
É o momento de a gente tocar para a frente. A eleição é no segundo semestre e as convenções acontecem só a partir do final de julho. Até lá, a população quer ver entrega, quer ver resultado, quer ver responsabilidade com as ações de natureza pública e é isso que nós faremos. Então, não vai ter nenhum problema, mesmo sendo um ano eleitoral, para que a gente possa cumprir com as metas que foram assumidas e que os projetos possam, de fato, ser executados e entregues conforme o nosso planejamento prévio.
Fotos: Arquivo Revide / Prefeitura de Ribeirão Preto
