Orgulho e cultura

Orgulho e cultura

O Dia do Orgulho LGBT é comemorado nesta terça-feira, 28 de junho, artistas comentam as dificuldades e superações

O dia internacional do orgulho LGBT+ é comemorado no dia 28 de junho. A data serve como forma de conscientizar a população sobre a importância do combate à homofobia. No cenário artístico, principalmente o musical, artistas LGBTs têm se mostrado importantes porta-vozes da causa. Não é de hoje que cantores e artistas LGBTs foram e continuam sendo importantes para o avanço cultural e conhecidos por todo o país. Renato Russo, Cazuza, Ney Matogrosso, Daniela Mercury, Pablo Vittar, Linn da Quebrada, são alguns deles. Porém, artistas independentes ainda precisam passar por diversos obstáculos para chegar ao sucesso. O transformista e humorista drag queen, Carlos Soares, conhecido como Ramona Anita, trabalha há quase 20 anos em Ribeirão Preto. Para ele, o dia internacional do orgulho LGBT é necessário para trazer o respeito entre as pessoas. “As pessoas não são obrigadas a gostar de ninguém, mas sim respeitar e porque não amar?”, comenta Soares.


Todavia, o artista destaca que ainda faltam espaços para o avanço da produção artística dessa comunidade. “Em Ribeirão Preto ainda faltam oportunidades tanto para transformistas como artistas em geral, infelizmente ainda somos mal vistos na sociedade”, destaca. Para ele, o momento mais difícil da trajetória foi a aceitação da família. “Lembro que quando minha vó descobriu, ela tinha muito medo de eu me envolver em encrencas”. Porém, o artista que dá vida a Ramona se alegra ao lembrar quando recebeu o prêmio de melhor apresentadora da Parada Gay.


Já a cantora Anna Siqueira, conhecida como Nanna Siqueira, começou a tocar violão com 10 anos de idade e há 15 anos canta em bares de Ribeirão Preto e região. Nanna é lésbica e comenta que, geralmente, é bem recebida dentro dos espaços em que se apresenta. Contudo, não ficou ilesa dos comentários maldosos. “Era preciso ‘se vestir como mocinha’. Era isso que eu ouvia dos meus parceiros heterossexuais ou não que trabalharam comigo no início”, lembra a cantora. Nanna ressalta que a música tem a capacidade de transmitir mensagens ao público, mesmo quando não se aborda o tema de forma explícita.  “É possível que alguém seja intolerante à luta, à pessoa LGBT+, mas consuma sua música, aos poucos, de alguma maneira se sensibilize com a causa”, explica. A cantora compreende que não é só o estilo musical pop que vem crescendo dentro da comunidade, cantores de diferentes nichos conseguem tem ganhado espaço. Para ela, artistas não precisam mais se esconder e fingir ser quem não são. “A música vai à frente nas guerras e marca cada batalha, na luta pelos direitos LGBT+ não é diferente”, conclui. 

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