
Fibrose cística tem alta prevalência nas regiões Sul e Sudeste
A doença tem origem genética e, por herança autossômica recessiva, é passada de pais para filhos durante o momento da concepção
A Fibrose Cística, também conhecida como mucoviscidade, tem prevalência maior nas regiões Sul e Sudeste por razão da descendência europeia.
Segundo a médica pediatra e gastroenterologista, Maria Inez Machado Fernandes, embora haja domínio da fibrose nessas localidades, não há restrição para o contágio. Isso significa que é fundamental estar sempre alerta e se precaver.
A doença tem origem genética e, por herança autossômica recessiva, é passada de pais para filhos durante o momento da concepção. A fibrose é caracterizada pelo alto nível de cloro e sódio no suor, por meio das membranas celulares em todo o organismo.
Afetando os órgãos do sistema digestivo, respiratório e as glândulas, o ‘beijo salgado’ pode aparecer em qualquer idade. “É uma doença genética que pode aparecer em qualquer época da vida,” afirma a pediatra.
A médica comenta ainda que é muito frequente a doença acometer de forma precoce crianças, e sem o conhecimento da patologia, muitas vezes elas acabam perdem a vida sem ter o diagnóstico. “Os sintomas da fibrose são conhecidos, mas as pessoas não os associam à doença”, comenta.
Sintomas
Com manifestações variáveis, a doença tem diferentes níveis de gravidade, que variam de acordo com as mutações genéticas e apresentam como principais sintomas a dificuldade de crescimento, perda de peso, má absorção de nutrientes, cirrose biliar, infecções respiratórias de repetição, diarreia crônica com eliminação de fezes volumosas com odor forte e gordurosas. Além de pacientes que apresentam pneumonia frequente, tosse com muita secreção e perda de suor salgado.
Diagnóstico
De acordo com a pediatra, é considerado um doente para 9 mil recém-nascidos, através do diagnóstico do teste do pezinho, que é possível suspeitar da doença nos primeiros dias de vida da criança.
O teste do suor também conhecido como cloro no suor e com ele é possível ter um diagnóstico da enfermidade. Ainda com indicação da médica, neste exame 98% dos pacientes apresentam alterações.
Tratamentos
Sem tratamento definitivo, a gastroenterologista explica que a doença pode ser tratada, aumentando o tempo de vida das pessoas afetadas.
De fato, os tratamentos oneram muito do paciente para ter os devidos cuidados durante a medicação e acompanhamento.
Maria Inês ressalta que a importância do acompanhamento genético é fundamental para a família, lembrando que se um indivíduo tem um histórico familiar de fibrose cística, tem maior probabilidade de portar o gene.
Ainda de acordo com a médica, o tratamento é feito diariamente com hidratação, reposição do cloreto de sódio (sal de cozinha), dieta adequada com reposição de vitaminas, reposição das enzimas pancreáticas, inalação, fisioterapia e remédios adequados.
Revide On-line
Laura Scarpelini
Fotos: Arquivo Revide