Hospital das Clínicas dá início a novo tratamento de câncer nos olhos

Hospital das Clínicas dá início a novo tratamento de câncer nos olhos

Nova técnica ajuda a combater doença que atinge crianças recém-nascidas até os três anos de idade

O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP (HCFMRP) começou um novo tratamento em pacientes com câncer ocular, ou retinoblastoma unilateral, doença que afeta os olhos de crianças recém-nascidas até os três anos de idade, atingindo cerca de um em cada 18 mil nascidos vivos.

A nova técnica consiste na aplicação da quimioterapia diretamente no olho doente, especificamente na artéria oftálmica, acelerando o processo e evitando o risco de comprometer outros órgãos durante o tratamento. O responsável pela equipe multidisciplinar que deu início à utilização do tratamento é o professor Rodrigo Jorge, da FMRP, que também conta com pediatras, radioterapeutas e neurocirurgiões.

Rodrigo conheceu a técnica após um período estagiando em instituições da Filadélfia, nos Estados Unidos. O procedimento convencional utilizado até então tinha um risco maior de afetar outros órgãos e uma alta toxicidade no fígado, efeitos adversos nos rins, no cérebro e inclusive no olho saudável da criança, quando apenas um deles está doente.

Na nova técnica desenvolvida, o cateter entra pela perna, na artéria femoral, que leva diretamente ao globo ocular. Isso evita alguns sintomas do tratamento convencional, como inchaço da pálpebra e queda dos cílios e dos cabelos.

Alguns hospitais do Brasil já haviam substituído o procedimento convencional pelo novo, incluindo unidades de São Paulo, antigo destino dos pacientes de Ribeirão Preto com câncer ocular.

O tumor maligno pode ser geneticamente identificado, por meio de análise do histórico das famílias dos bebês e há ações de prevenção da doença. Um exame de rotina chamado “teste do olhinho” já é realizado no Hospital das Clínicas e não é agressivo às crianças.

No momento, em razão do alto custo do cateter e da quimioterapia usada na técnica, a equipe encarregada do novo tratamento recebe verbas do Grupo de Apoio à Criança com Câncer (GAAC).


Foto: Arquivo Revide

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