Irmãs siamesas devem receber alta nesta terça-feira, 20, afirma equipe médica do HC
A recomendação da equipe médica responsável pela separação entre as irmãs é de que a família permaneça em Ribeirão Preto
As irmãs siamesas cearenses, que estão em Ribeirão Preto para procedimentos de separação, devem receber alta médica nesta terça-feira, 20. Elas nasceram unidas pela cabeça.
Em entrevista coletiva nesta segunda, 19, os médicos responsáveis pelo procedimento afirmaram que a primeira das quatro etapas até o término da separação foi um sucesso. A cirurgia foi realizada no Hospital das Clínicas da USP, no último sábado, 17.
A pediatra responsável pelas meninas em Ribeirão Preto, Ana Paula Carlotti, afirmou que as crianças estão bem. “Elas já estão se alimentando por boca. Por enquanto sem complicações”.
A médica disse que os procedimentos pós-cirúrgicos têm sido tranquilos, pois as irmãs não têm apresentado problemas. “Elas estão estáveis, sem necessidade de remédios para manter a saúde boa. As duas continuam ligadas da mesma forma. Externamente, nada mudou, apenas por dentro do cérebro é que foram feitas separações. Elas vão receber alta, mas esperamos que fiquem em Ribeirão Preto”, disse.
O médico responsável pelo caso, o neurocirurgião Hélio Rubens Machado, contou que a equipe médica já fez a recomendação para a permanência da família em Ribeirão Preto. De acordo com ele, a segunda etapa de separação deve acontecer no final de maio deste ano.
“Faz parte de um projeto como esse a integração com as nossas equipes. A próxima etapa vai ser feita ainda no primeiro semestre. Ela é semelhante à que já foi feita. É um grande desafio profissional para toda a equipe, pois é complexo, mas com enormes benefícios”, disse Machado.
Com a equipe médica brasileira, também esteve presente em Ribeirão Preto o neurocirurgião pediátrico americano James Tait Goodrich. Ele é o único médico do mundo com experiência na separação de pessoas siamesas.
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Sistema de imagens
O professor Antonio Carlos, chefe da radiologia no hospital, explicou que as crianças cresceram muito desde a realização dos exames. “Então estamos fazendo novas imagens para uma avaliação estrutural para comparar o crescimento delas. Estas imagens vão ser estudadas para as próximas etapas”, explicou.
Primeiro momento
O neurocirurgião pediátrico Ricardo Oliveira disse que, neste primeiro momento, o planejamento foi separar os “vasos” entre as irmãs. “Na primeira etapa foi planejada a incisão e abertura de modo que fosse possível iniciar a separação, o que foi feito. Conseguimos uma separação vascular até mais promissora do que esperávamos”, comemorou.
O médico explicou que foram colocadas lâminas, que são similares a silicone, para auxiliar na etapa final da separação. “Estamos nos preparando para que exista maior tranquilidade no processo final da separação entre as irmãs”, concluiu.
Fotos: Pedro Gomes
